Pr. Renilton Santos em uma de suas poses. |
É sabido de alguns dos meus amigos aqui do blog que eu não conheci meu pai biológico.
Apeteceu-me a idéia de adotar um pai (as pessoas adotam filhos, então qual seria o problema de adotar um pai?). As carências emocionais que me espezinhavam acabaram por me levar a executar tal plano. Eu sentia grande necessidade de um pai. Foi algo até engraçado – eu precisava de um pai, mas fui me identificar com esse indivíduo depois de adulta.
Estava eu, curtindo minhas mazelas espirituais e emocionais quando, em 2007, fui assistir a um culto na Igreja de Deus da minha cidade e dei de cara com um pastor que não conhecia. Era a primeira vez que visitava a igreja, mas conhecia vários de seus membros porque (1) Mirabela é pequena do tamanho de um ovo e (2) eu ouvia o Programa de Bem com a Vida assiduamente e conhecia a voz do pastor anterior.
Passei por uma crise de identidade muito grande, devido à minha saída da CCB. Nesse período, um dos meus melhores conselheiros foi Jônatas, presbítero da igreja e colega de faculdade. Fazíamos cursos diferentes, mas íamos todos no mesmo ônibus. E através dele fiz amizade com o pastor novo, um latino quarentão, que se chama Renilton. Não necessariamente amizade, era mais um oi-tudobem-tchau.
A primeira impressão que tive foi de ver ali um homem sentimental e sanguíneo, de olhares muito diretos e riso fácil, hábil em brincadeiras de duplo sentido: isso é um pastor ou um professor de tango? Muito diferente dos outros pastores que conheci; todos contidos, sisudos.
Acostumei-me a freqüentar a IDAB aos fins de semana, escondida da minha família e das pessoas da cidade (coisa impossível, conforme descobri depois). Morava em Montes Claros, já fazia parte de outra denominação evangélica tradicional (tinha trauma de pentecostais!) e – sinceramente –, tinha medo da IDAB sim, principalmente quando algumas pessoas “entravam no reteté”. Só que foi esta a única igreja em que me adaptei. Mas isso é outra história, que merece outra postagem...
No início de 2008, eu já tinha me familiarizado mais com este pastor latino e sua esposa Maryhellen, mulher de voz mansa e delicada. Tínhamos contato pelas redes sociais e MSN; era o meu último período na faculdade, minha freqüência a Mirabela diminuiu. Quem me conhece já sabe que sou dada a amizades apaixonadas e arrebatadoras; brigo, choro por um(a) amigo(a), me desespero, enfim, vivo amizades intensas (minha amiga Jolieles que o diga)...
Fiz amizade com Renilton e Mary em poucos meses e me afeiçoei aos dois, apesar de não parecer no primeiro momento. Conversas longas via MSN, visitas “escondidas” aos cultos, tudo foi rendendo em mim o começo de um sentimento arrebatador de afeição pelo casal; mas por ele era um pouco singular. Comecei a ver naquele homem muita coisa que me atraía – a rápida disposição por ajudar, os conselhos quase sempre sábios... Era até engraçado; lembro-me de um dia em que lhe confessei um pecado pelo MSN durante uma de nossas conversas e me arrependi depois! Gente, esse cabra vai pensar o que de mim agora? Ele vai contar isso pra todo mundo. Pensava assim, e não vou esconder que fiquei desconfiando dele por uns dias, a cada vez que ouvia sua gargalhada.
A coisa apertou quando a irmã Mary anunciou a gravidez de sua 2ª criança. Foi uma notícia alegre e bem recebida por todos, inclusive por mim, claro. Então irracionalmente comecei a deixar florescer em mim o desejo de adoção, pois já conhecia o pastor Renilton suficientemente para saber que ele era uma pessoa abençoada, abençoadora e comprometida com Deus.
Chegou o mês de agosto. Eu acabara de me graduar, estava meio perdida ainda, 21 anos, sem emprego... No dia 16, fizemos uma viagem. A igreja estava enviando um obreiro para a cidade de Pintópolis e fomos todos para lá, em excursão. Haveria evangelismo durante o dia e a posse do obreiro à noite.
Foi um dia alegre. Conheci o rio São Francisco, lindo. Ri da cara dos demais irmãos que faziam caretas a cada tranco violento do velho ônibus. Conheci meu futuro marido (ou melhor, fiquei sabendo que ele existia), que estava neste trambolho ambulante ônibus conosco. Durante o almoço, estávamos todos embolados na salinha de uma escola assistindo um DVD da Lanna Holder, quando uma voz familiar se fez ouvir perto de mim.
– Curtindo a bóia, menina? (ou algo parecido).
Eu me surpreendi quando disse de volta: “Tenho algo sério pra te falar, pastor”.
Parecia o momento ideal. Vendo-o ali, rindo, de barriga cheia (pastores adoram comer, pelo que se vê), num ambiente tão inóspito e cheio de pessoas, fiz a proposta mais louca da minha vida.
– Pastor, nós dois nos damos tão bem. Você se importa comigo e eu me importo contigo. Quer ser meu pai?
A princípio, ele riu. Gracejou. Eu repeti a proposta e notei a expressão do rosto mudando rapidamente (Gelei na hora, querendo desfalar, dizer que não era aquilo. Ele vai pensar besteira. Sua esposa vai ter ciúmes. Vão cortar meu barato. Vou perder o carinho deles, e agora?).
Não me lembro muito bem de como foi o seu sim, só sei que algo dentro dele se comoveu. Surpreendendo-me. Parecia que eu tinha encontrado o homem que queria uma filha.
Diante de Deus, confesso que não tinha parado para pensar no pastor Renilton como pai – eu o sentia como pai, o meu paistor. Absurdo? Sim, totalmente absurdo. Eu mesma acho absurdo até hoje... Coisa louca esta, mas que me fez feliz!
De volta à nossa cidade, ele me procura com Mary. Gelei de novo. Ela não vai gostar dessa loucura, somos quase da mesma idade. Qual não foi minha surpresa ao ver que o pedido tinha despertado nela o melhor dos sentimentos e que ela também havia me acolhido no coração. Dessa forma, passei a fazer parte do coração dos dois.
E não há como negar que Deus me abençoou tremendamente após a adoção.
Não tenho palavras para exprimir isto: desde que adotei este pai, que veio com uma mãezona amorosa de brinde, até o meu relacionamento com o Senhor foi mudado. Passei a vivenciar o amor e cuidado de Deus de maneira mais forte.
Meu paistor, eu e a linda "tia" Mary. |
Interessante – não vejo a Maryhellen como minha mãe, afinal tenho mãe e avó, que me amam também incondicionalmente. Ela faz parte do pacote paterno, sabe? Renilton não pode ser meu pai sem ela. E, por favor, não me peçam explicações disso; estou só expondo a experiência nova que Deus me deu para viver e desfrutar.
Mas o tempo não parou por causa disso, e muita coisa aconteceu quando comecei a namorar alguém que meu querido paistor não aceitava.
Mas esse assunto... Só para a próxima postagem.
Agradeço ao Senhor Jesus pelo imenso carinho que tem por mim, suprindo todas as minhas necessidades... Ele me deu oportunidade de comprovar isto: que, mesmo nos dias maus em que vivemos, ainda existem pastores que velam por nossas almas (Hebreus 13: 17).
E, no meu caso, mais que um pastor, um paizão!
Glória a Deus!
Glória a Deus!
Que lindo, minha amiga xará!
ResponderExcluirDeus abençoe então essa família linda que vocês formaram!
É interessante constatar que a palavra de Deus se cumpre em nossas vidas: há amigo mais chegado do que um irmão (Pv 18.24) e no seu caso foi um pai... (risos)... você realmente é uma graça, minha irmã!!!
Beijos e fica na paz!
Simone Tavares.
Paz, amada Simone Tavares (acho que vou passar a te chamar de "Tavares", pra encurtar as palavras, hehe)!
ResponderExcluirÉ linda essa história, não é? Só não sei qual será a reação deles quando lerem este post! =)
E, fala sério... Eles são lindos, não acha? Digo, eles combinam como casal.
Obrigada pela visita...
Beijos, fique na Paz!
Fiquei muito emocionada em ler a nossa história, e fiquei muito feliz em saber que realmente somos muito importante pra você e que temos te ajudado muito. Quero lhe dizer que você tem sido uma bênção em nossas vidas, e que vc também é muito importante pra nós. Louvo ao Senhor por Ele ter colocado você em nossas. Deus te abençoe muito querida. Te amamos, bjos de sua Tia Mary.
ResponderExcluirOI FILHA, FICO MUITO FELIZ EM SABER QUE VC NOS VER DESSA MANEIRA, COMO PAISTOR SEU, NÃO É MUITO DIFÍCIL DE SER PAISTOR SEU NÃO, TIRANDO AS VEZES QUE TENHO QUE QUEBRAR UM DEDO, UMA UNHA, OU AS VEZES UM BRAÇO SEU, MAS O BOM É QUE ISSO NÃO É POR REBELDIA, É SÓ FALTA DE ENTENDIMENTO AS VEZES, MAS SOU FELIZ POR VC NOS CONSIDERAR ASSIM COMO DECLARADO, VC SABE QUE NÓS À AMAMOS DE VERDADE, DEUS TE ABENÇÕE EM TODA SUA JORNADA, SEI QUE UM DIA A VIDA PODERÁ NOS SEPARAR DE CIDADE, E QUEM SABE ATÉ DE IGREJA, MAS JAMAIS NOS SEPARARÁ DOS SENTIMENTOS QUE NOS UNI. BJOSS PRA VC MINHA FILHA.
ResponderExcluirvoce saiu da ccb ?
ResponderExcluirja imagicno como ficou sei perfeitamente como eles pregam
separatismo denominaçional
so eles sao salvos as outras sao .........