sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Prove que você ama Jesus!

Julio Severo
 
Nos tempos iniciais do Cristianismo, o Império Romano obrigava os cristãos a negar Jesus, sob pena de morte. Mas os fiéis provavam para Jesus seu amor, não o renunciando nem negando. Eles não tinham medo de serem martirizados por amor a Jesus.
Contudo, não pense que a estratégia das trevas não muda. Hoje, enquanto o Estado trabalha avidamente para impor a pena de morte na expressão e testemunho cristão na sociedade, as vozes da moda cobram outro tipo de comportamento dos cristãos.
Diante da questão homossexual, a mídia esquerdista e os grupos homossexuais gritam: “Se você ama Jesus, aprove as leis anti-discriminação” — que sacralizam o homossexualismo, tornando-o imune a críticas. Eles também jogam sobre os cristãos montanhas de sentimento de culpa, dizendo: “Se você não aprovar essas leis, milhares de homossexuais serão assassinados, e Jesus não quer isso. Prove o seu amor cristão!”
Se você não segue as instruções deles sobre o “modo certo de amar Jesus”, você é imediatamente acusado de intolerante. Se você se atrever a dizer que “ama os homossexuais, mas que o homossexualismo é pecado”, aí dirão que você está promovendo ódio e violência.
O que fazer quando a sociedade, ou as forças espirituais que a estão manipulando, usam astutamente as palavras da Bíblia para empurrar os cristão a apoiar a aprovação de leis que eventualmente sacralizarão o pecado e produzirão perseguição e morte para o testemunho cristão na sociedade?
Se você já se sentiu levado a uma situação onde as palavras da Bíblia foram usadas para obrigar você a seguir certa direção, saiba que você não é a primeira vítima desse golpe sujo:
E Satanás disse para Jesus: “Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo, porque está escrito: ‘Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra’”. (Mateus 4:6)
Respondendo ao diabo que estava manipulando as palavras da Bíblia, Jesus disse: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. (Mateus 4:7)
Jesus respondeu com a Palavra de Deus porque ele a conhecia muito bem.
O diabo distorce qualquer coisa para alcançar seus objetivos. É por isso que certas leis anti-discriminação, que têm a meta oculta de promover o homossexualismo, são estrategicamente intituladas de leis de “proteção à minoria homossexual”. A jogada é simples: enquadrar toda crítica à agenda gay nessas leis como ataque direto à “proteção à minoria homossexual”!
Esse golpe sujo tem o propósito de deixar os cristãos e outros numa desagradável posição defensiva: se você não aprovar essas leis, você é a favor da violência e assassinato de homossexuais.
Vozes estranhas insistentemente cobram dos cristãos:
“Essas leis são apenas para proteger os homossexuais”.
“Se você não aprová-las, você não é cristão”.
“Se você aprová-las, você não ama os homossexuais”.
“Se você não aprová-las, você não ama Jesus!”
Já ouviu essas vozes antes?
E a sagacidade dessas vozes não termina aí. Milhares de políticos socialistas pró-aborto e pró-homossexualismo têm sido eleitos no mundo inteiro por milhões de eleitores cristãos que têm sido enganados pelas propostas fraudulentas do socialismo. Muitos desses cristãos têm a indagação: “Será que é certo eu votar num candidato pró-aborto e pró-homossexualismo?” Mas imediatamente as vozes os tranquilizam: “Não se preocupe com a questão do aborto e homossexualismo. Há coisas mais importantes para se pensar. O importante é que aquele candidato é a favor dos pobres. Jesus não era a favor dos pobres? Se você ama Jesus e os pobres, vote nele”.
O diabo não é a favor nem dos pobres nem da Bíblia, mas ele sempre os manipula quando precisa. Por isso, se você não conhecer suficientemente a Palavra de Deus, o mundo e o próprio diabo vão querer usar as palavras da Bíblia para dizer para você o que você deve fazer para provar seu amor a Deus.
Para responder a esses ataques, você precisará conhecer a Palavra de Deus muito mais do que o mundo e o diabo a conhecem.
Então você não precisará seguir as ordens deles para demonstrar seu amor. Você o demonstrará a Jesus. E o mundo o odiará tanto quanto odiou Aquele que demonstrou amor máximo por todos os seres humanos. Jesus disse:
“E sereis odiados por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo.” (Marcos 13:13 ACF)
“Se vocês fossem do mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele. Mas eu os escolhi entre as pessoas do mundo, e vocês não são mais dele. Por isso o mundo odeia vocês.” (João 15:19 BLH)
Entretanto, o diabo e o mundo fazem promessas especiais para aqueles que querem evitar ser odiados: ignorar os mandamentos de Deus. Faça a vontade do mundo, e o ódio dele contra você acaba. Aprove leis favoráveis ao homossexualismo, e o mundo e o diabo elogiarão você. O próprio Jesus já não tinha avisado sobre isso há dois mil anos?
“Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas.” (Lucas 6:26 ACF)
“Infelizes são vocês quando todos os elogiarem, pois os antepassados dessas pessoas também elogiaram os falsos profetas.” (Lucas 6:26 BLH)
A ordem do Império Romano era:
“Negue Jesus ou morra!”
A ordem moderna é:
“Ame Jesus, mas negue seus mandamentos. Como recompensa, todos elogiarão você”.
O mesmo diabo que perseguiu e matou os primeiros cristãos está dando uma concessão aos cristãos modernos: “Vocês não precisam negar seu amor a Jesus, mas têm de negar os mandamentos de Deus!”
Se você não obedecer, despejarão sobre você ódio infernal e ainda terão a cara-de-pau de difamar você como promotor de ódio e violência. Aqueles que são intolerantes, ameaçadores e violentos contra seu testemunho terão o cinismo de acusar você de intolerante, “homofóbico” e incitador de crimes, e sua liberdade de expressão será sumariamente decapitada.
No entanto, a Verdade prevalecerá, pois o Espírito Santo está ativo convencendo do pecado e da injustiça.
O verdadeiro amor a Jesus sempre anda junto com os mandamentos de Deus. Jesus disse:
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” (João 14:21 ACF)
Sobre a homossexualidade, o mandamento de Deus é claro:
“Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.” (Levítico 20:13 ACF)
“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados [homossexuais passivos], nem os sodomitas [homossexuais ativos], nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.” (1 Coríntios 6:9-10 ACF)
A versão falsificada de “amor a Jesus” do mundo e do diabo vem sem os mandamentos de Deus, sendo de uso exclusivo para induzir, pressionar e enganar as emoções dos cristãos a aprovar leis que não estão de acordo com as leis de Deus.
Portanto, se você quer provar seu amor por Jesus, apenas siga os mandamentos dele — independente do que as versões falsificadas de “amor por Jesus” tentem impor sobre você.
Se você quer provar seu amor por Jesus, diga a verdade aos homossexuais e à sociedade. Diga que eles precisam de Jesus para se salvarem do inferno. E permita que Jesus use você para libertar os homens que estão no cativeiro do pecado homossexual.
Se você ama os homossexuais, deixe-os saber que há uma saída do pecado homossexual, ainda que você tema sofrer um martírio moral dos linchadores anti-“homofobia”.
A demonstração desse amor e da verdade implica em muitos riscos hoje, inclusive acusações maldosas e criminosas de incitação ao ódio, intolerância, violência, discriminação, preconceito, “homofobia”, etc.
Muitos cristãos, querendo evitar problemas, respondem “sim” à voz que diz: “Se você ama Jesus ou se você ama os homossexuais, aprove as leis que favorecem o homossexualismo”. Por seu silêncio para com a verdade que incomoda o mundo e o diabo, eles recebem falsa segurança, conforto e muitos elogios.
Mas os que insistem em falar a verdade sofrem na mira cruel dos semeadores do ódio. E está se aproximando rapidamente o tempo que em que homens e mulheres inocentes poderão ser condenados à prisão simplesmente por dizerem que o “homossexualismo é pecado”.
Diante dos odiadores modernos que usam toda e qualquer difamação e estão prontos para atirar os cristãos à cova dos leões, quem terá coragem de provar seu amor por Jesus seguindo seus mandamentos e falando a verdade?
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Peço encarecidamente as vossas orações em favor do irmão Júlio Severo, este grande batalhador pró-vida. Que Deus nos ajude a todos!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cansado de Pão e Circo nas Igrejas?



Hermes C. Fernandes


Vivemos na Era do Entretenimento, e não poucas vezes confundimos a sensação de sermos entretidos com a genuína alegria.

Foram os romanos que concluíram que a melhor maneira de manter a ordem social do império era distraindo seus cidadãos com todo tipo de entretenimento. O império gastou fortunas na construção de estádios, teatros, banhos públicos, etc. Tudo para garantir a boa ordem. Surgia, então, o lema “Pão & Circo”, tão vastamente adotado por outros modelos de domínio político ao longo da História.

Você sabia que muitas leis importantes, contrárias ao bem comum, são votadas discretamente durante o período de comemorações populares, como os eventos esportivos de grande magnitude? Aproveita-se enquanto o povo está distraído, celebrando, entretido, para engendrar todo tipo de projetos danosos à população.
Portanto, podemos afirmar que o entretenimento serve à manutenção do Status Quo. Porém, o reino de Deus levanta outra bandeira, a da alegria. Contrariando o espírito do império romano, Paulo escreve aos seus cidadãos: “Pois o reino de Deus não é comida nem bebida, mas JUSTIÇA, PAZ e ALEGRIA no Espírito Santo” (Rm.14:17). Era como se Paulo dissesse: O Reino de Deus não é Pão nem Circo! Em vez disso, a proposta do reino de Deus se resume na tríade: Justiça, paz e alegria.
Poderíamos falar muito mais sobre a justiça e a paz. Porém neste ensaio, quero ater-me à alegria, revelando-a como antítese do entretenimento.
Enquanto o entretenimento serve ao Status Quo, fazendo nuvem de fumaça para que ninguém perceba todo tipo de injustiça cometida, a alegria no Espírito é resultado da implementação da justiça, que por sua vez, produz também a paz. Veja o que diz o profeta Isaías: “E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre” (Is.32:17). O sábio Salomão dá o arremate: “A execução da justiça é alegria para o justo” (Pv.21:15). Assim como a Trindade Divina é indissolúvel, esta tríade também o é. Sem justiça não há paz, e sem paz, não há alegria.
As pessoas se entretêm para esquecer os problemas. A alegria do Espírito é a celebração consciente da paz e da justiça.
Esta alegria pode ser celebrada mesmo antes que se veja manifestada a justiça do reino, pois é alimentada pela certeza de que em breve ela se manifestará plenamente. Como cristãos, nossos olhos se voltam para o futuro, nos fazendo vislumbrar uma Era em que a justiça e a paz se beijarão (Sl.85:10). Nossa celebração, portanto, é movida pela fé, pela certeza de que Deus tem as rédeas da História bem seguras em Suas mãos, e que, por fim, a justiça prevalecerá contra a iniqüidade, e o amor sobre o ódio. No dizer de Salomão, “a esperança dos justos é alegria” (Pv.10:28). Portanto, ela é a celebração antecipada que se justifica na certeza da esperança e da fé. Assim como Mirian fez ressoar seus tamborins tão logo os hebreus atravessaram o Mar Vermelho, quarenta anos antes de adentrarem a Terra Prometida, os cristãos celebram a justiça do Reino de Deus, antes mesmo que se manifeste plenamente entre os homens.
Não há nada de mais entreter-se. O que não se deve é eleger o entretenimento como o objetivo de nossa existência.
Quem não sonha com uma casa na praia, deitado numa rede estendida na varanda, tomando água de côco? Se acharmos que isso é que é felicidade, estamos conformados aos valores sobre os quais nossa civilização foi edificada. Estamos na contramão do Reino de Deus.
O alvo de nossa existência deve ser atingir o propósito estabelecido por Deus para as nossas vidas. A felicidade tão sonhada deve ser encarada como um bônus, e não como um alvo supremo a ser perseguido. Já foi dito que felicidade não é o destino, mas a jornada. Encontramos a felicidade à medida que percebemos que nossa existência cumpre a um propósito maior e mais abrangente que ela.
Deveríamos nos envergonhar de ter elegido coisas banais como aquilo que nos traz alegria. Posses materiais, formação intelectual, e tantas outras coisas deveriam ser vistos como instrumentos pelos quais podemos servir aos outros, e não como bens supremos.
Nossa relação com Deus não deve ser pautada na expectativa de resultados benéficos para nós mesmos. Nem sempre nossos anseios serão alcançados.

Veja a conclusão a que chega o profeta Habacuque:
“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide, ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento, ainda que as ovelhas sejam exterminadas, e nos currais não haja gado, todavia eu me alegrei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Hab. 3:17-18).
Um dos efeitos colaterais da chamada teologia da prosperidade é a profunda frustração experimentada pelos crentes quando suas expectativas não são alcançadas. Para eles, Deus é como um gênio da lâmpada, que existe para atender aos seus pedidos.
Habacuque nos convida a experimentar uma relação com Deus, onde nossa alegria é preservada independente dos resultados. Qualquer um poderia parafrasear esta oração, contextualizando-a à sua realidade. “Ainda que eu fosse demitido do meu emprego... que meu casamento resultasse num divórcio... que meu corpo se fragilizasse a ponto de adoecer... todavia eu me alegrarei no Senhor! Nada mais subversivo que isso! Isso explica como os cristãos primitivos eram capazes de entregar seus corpos ao martírio, sem com isso se deprimirem, ou mesmo, acusarem a Deus de ser injusto.
Deus é a fonte de nossa alegria. Todas as demais coisas são passageiras, e quando muito, meros canais pelos quais Deus manifesta Seus cuidados. Às vezes esses canais ficam obstruídos, porém a fonte jamais deixa de jorrar.
Quando Davi se viu ameaçado de perder tudo, inclusive seu reino, por causa do seu pecado, ele orou:
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a ALEGRIA DA TUA SALVAÇÃO, e sustém-me com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão” (Salmos 51:10-13).
Ele não fez questão de preservar seu trono, suas posses, sua posição. Em vez disso, Davi suplicou para que o Espírito de Deus não Se lhe ausentasse. Rogou para que lhe fosse restituída a alegria da salvação.
Hoje em dia, fala-se muito em restituição. As pessoas oram como se cobrassem de Deus: Senhor, eu quero de volta o que é meu! Quanto atrevimento! Sabe o que elas estão declarando com isso? Que seus corações estão nas coisas que possuíam, e que eventualmente vieram a perder.
Já ouviu alguém rogando por este tipo de restituição? Senhor, restitui-me a alegria da tua salvação!

Não se trata da salvação em si, uma vez que esta é um dom irrevogável. Ninguém é salvo segunda vez (no sentido soteriológico da palavra). Mas trata-se da alegria desta salvação.
Quando perdemos a alegria da salvação, começamos a buscar compensação. É como uma mesa em que uma das pernas está mais curta que as outras, precisando de um calço.
O que tem empurrado muita gente para o pecado é a ausência desta alegria. Então, compensam na pornografia, no caso extraconjugal, na jogatina, etc.
Sabe por que muitas igrejas só enchem quando oferecem algum tipo de entretenimento aos seus membros? Simplesmente porque esses perderam a alegria de Sua salvação. Os pastores são obrigados a recorrer a todo tipo de estratégia, quer campanhas mirabolantes, bailes gospel, e outros. A palavra por si só já não exerce qualquer atração sobre tais cristãos. Bem diferente de Jeremias, que declarou: “Achadas as tuas palavras, logo as comi; elas me foram gozo e alegria no coração, pois pelo teu nome me chamo, ó Senhor, Deus dos Exércitos.” (Jeremias 15:16).
O completo desinteresse dos cristãos pela Palavra revela o quanto perderam da alegria da salvação. Alguns cultos têm uma hora e meia de música e apenas dez minutos dedicados à Palavra. E quando o pastor começa a pregar, as pessoas começam a bocejar de sono, se levantam para ir ao banheiro, conversam entre si. É uma calamidade!
Outros só se alegram com o espetáculo. Tem que haver exorcismo, com demônios sendo subjugados, com manifestações extraordinárias. Sem isso, as pessoas não se dão por satisfeitas. O pastor parece encarnar o personagem principal do filme "O Gladiador". O púlpito se torna a arena, onde os poderes das trevas são desbancados pelo poder da unção na vida do homem de Deus.
Quando os discípulos voltaram de sua primeira empreitada missionárias, contavam com alegria sobre os sinais que haviam protagonizado. Como que jogando um balde de água fria em seu entusiasmo, Jesus disse:
“Mas não vos alegreis porque os espíritos se vos submetem, alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus. Naquela mesma hora ALEGROU-SE Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas. Assim é, ó Pai, porque assim te aprouve. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Voltando-se para os discípulos, disse-lhes em particular: Bem-aventurados os olhos que vêem o que vós vedes. Pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vedes, e não o viram, e ouvir o que ouvis, e não o ouviram” (Lc. 10:20-24).
É claro que há um elemento espetacular no anúncio das boas novas do Reino. Jesus disse que se os espíritos se Lhe submetiam, era porque era chegado o Reino dos Céus. Até aí, tudo bem. O problema é quando o espetáculo se torna um fim em si mesmo. Ficamos viciados nisso. Torna-se mais um entretenimento. Em vez disso, devemos nos alegrar por ter nossos nomes arrolados no céu. O que significa isso? Alegrar-se na salvação que nos alcançou em Cristo Jesus. Alegrar-nos por havermos sido escolhidos a dedo por Deus, a fim de que por nós Sua justiça e paz alcancem a todos.
Algo me chama a atenção nesse texto de Lucas. Preste bem atenção: “Naquela mesma hora alegrou-se Jesus no Espírito Santo”. Isso te diz alguma coisa? O que provocou em Jesus tamanha alegria? Basta ler a continuação do texto para obtermos a resposta. Jesus agradece ao Pai por haver escondido tais coisas aos sábios e revelado aos pequeninos. E voltando para discípulos, parabenizou-os porque muitos reis e profetas gostariam de ver o que eles viam, e ouvir o que ouviam. A alegria sentida e expressada por Jesus se devia à revelação que o Pai Lhe confiara, e agora havia sido partilhada com os Seus.
Pastores, não se deixem seduzir pelos aplausos! Não façam da pregação uma performance em busca de auto-afirmação.
A mesma alegria que sentimos ao devorarmos a Palavra, alimentando-nos dela, deveríamos sentir quando a compartilhamos com os demais. Quão gratificante é ver o brilho nos olhos, o semblante de satisfação naqueles que a recebem. Não tem dinheiro que pague. Este é o meu salário como pregador. Nossa alegria aumenta cada vez que a partilhamos com os demais.


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/11/cansado-de-pao-e-circo-nas-igrejas.html#ixzz16CqyUeS6

domingo, 21 de novembro de 2010

Assim Sou Eu

A Paz de Cristo!

Mais uma que ouvi, gostei (chorei ao ouvir, risos) e recomendo.
É, ela tem um pouco de triunfalismo, mas em quantidade pequena, não dá para gerar narcisistas com ela (risos). A letra exalta a Deus; mostra que mesmo que haja algo que aponte para o homem, a glória é e sempre será exclusiva do nosso Senhor.

"Assim sou eu", de Moisés Cleyton, cantada por Vanilda Bordieri. Canção muito linda. Triunfalista, mas saudável, em relação às heresias que temos ouvido no meio musical gospel!

Como é uma música recém produzida, não encontrei um vídeo bom. Mas segue a letra.


Quem é você, e o que você fez?
Por que é que o grande Rei está te honrando?
Eu nunca vi isso acontecer.

Por que é que Hamã seu nome está gritando?
Meu nome é Mardoqueu, sou um simples judeu,
Mas não há nenhum engano.
Muito tempo passou, mas o dia chegou
E hoje o Rei está me honrando.

Quiseram me humilhar, me entristecer...
Buscaram me ofuscar, me esconder...
Mas Deus não age como age o homem...
Deus fez até o sono o rei perder,
Trouxeram-lhe um livro pra ler
E, lá, estava escrito o meu nome...

Mardoqueu
Esse era o seu nome, assim sou eu;
Alguém que o Eterno escolheu,
Que decidiu na porta esperar,
Pois sabia que o tempo ia chegar;
Fizeram planos pra me derrubar,
Armaram forca pra me enforcar
Mas quem me perseguiu, Deus abateu,
Porque sou escolhido...
Eu sou de Deus...

Mas eu não posso me esquecer,
Sim eu preciso entender, que a coroa é do Rei...
A glória é Dele e mais ninguém!
Se Ele decidiu me honrar,
Não foi pra Sua glória eu roubar,
Mas foi pra honrar a minha fé,
Só pra mostrar que meu Deus Ele é...

Mardoqueu
Esse era o seu nome, assim sou eu;
Alguém que o Eterno escolheu,
Que decidiu na porta esperar
Pois sabia que o tempo ia chegar;
Fizeram planos pra me derrubar,
Armaram forca pra me enforcar
Mas quem me perseguiu, Deus abateu,
E fez cumprir em mim os planos seus...

O teu Deus vai cumprir o que te prometeu.
Ninguém pode frustrar os projetos de Deus!
O teu Deus vai te honrar, Ele vai te exaltar
Mas não pare de crer e comece a louvar!
O teu Deus não mudou e jamais mudará
Se Ele te prometeu, pode acreditar!
Esse Deus é Fiel e jamais mentirá
Pára a terra e os céus, mas Ele não falhará...

sábado, 20 de novembro de 2010

Portas Abertas

Paz e Graça a todos!

Outra canção que é muito linda e inspiradora (e que me faz chorar litros) é esta que, injustamente, é rotulada de "música de velho" (dá até vontade de xingar ouvindo um absurdo desses, Jesus me segura! Risos).

"Portas Abertas", do Pr. Paulo Cézar (Grupo Logos), é um hino. Hino mesmo. Fala de volta ao primeiro amor, recomeço, arrependimento, decepção com o mundo, só para citar algumas das características.
Creio que alguns do povão gospel estão começando a se cansar das baboseiras musicadas. No YouTube, este vídeo já tem mais de 290 mil visualizações e muito mais elogios do que críticas (é, o povo critica!).

Segue a letra e o vídeo.

Ontem deixou sua casa e saiu pelo mundo
De coração lá no fundo eu não entendi
Tudo o que fiz... o que ele quis...
Meus braços abertos ficaram e ainda estão assim
E vão continuar até um dia vê-lo regressar.
Posso pensar no que o mundo lhe tem preparado
Sei, privações tem passado e tudo por quê?
Falsos amigos por aí. Conselhos vazios, mas cheios de palavras vãs,
De grande ilusão! Mentiram ao seu jovem coração!
(Refrão)
Mas nunca é tarde não! Sai da escuridão!
Há novo dia, nova manhã!
A mesma casa tem portas abertas,
Pessoas certas, amigos e irmãos.

Parece sonho, mas nem a distância me engana
O coração de quem ama não pode esquecer
Seus passos fracos, tropeções,
Seus olhos rebrilham e choram:
"Pai, eu sei que errei, mas vim para acertar
Permita-me de novo aqui ficar!
Pai, só lamento que onde passei via muitos filhos
Sem rumo, sem teto e carentes de amor.
Que o Senhor lhes dê a mão,
Lhes mostre de novo o caminho
Para um renascer, um novo proceder,
Na mais perfeita e bela comunhão..."!










E que Deus abençoe a todos vocês que me lêem.


Um abraço fraterno,
Simone

Abraço de Pai

A Paz de Cristo a todos!
Resolvi compartilhar com meus amigos do Adoração Reverente algumas das canções que têm marcado minha vida.
Tais canções me fazem ter desejo maior de achegar-me a Deus.
Uma delas (invariavelmente!) me faz chorar, risos.
Muitas foram as vezes que ouvi o Senhor falando comigo, através das verdades desta composição tão bem escrita.

"Abraço de Pai", da autoria de Walmir Alencar e interpretada por Adriana (ambos da Canção Nova), é uma música simples, fácil de aprender e, ao mesmo tempo, sóbria, muito profunda e reverente.
Por favor, não me julguem por apreciá-la. Afinal, sempre devemos examinar tudo e reter o que é bom (I Tessalonicenses 5: 21), não é?

A seguir, o vídeo e a letra da música.

(O interessante é que o Walmir e a Adriana têm uma postura 'daquelas' ao cantar! Por que alguns cantores gospel não são assim, tão singelos?)

Quanto eu esperei, ansioso queria te ver
E te falar o que há em mim, já não podia me conter.
Me decidi, Senhor, hoje quero rasgar meu viver
E te mostrar meu coração, tudo o que tenho e sou.
E por mais que me falem, não vou desistir
Eu sei que nada sou, por isso estou aqui.
Mas eu sei que o amor que o Senhor tem por mim
É muito mais que o meu, sou gota derramada no mar.
Quanto tempo também o Senhor me esperou
Nas tardes encontrou saudade em meu lugar.
Mas ao me ver na estrada ao longe voltar
Num salto se alegrou e foi correndo me encontrar.
E não me perguntou nem por onde eu andei
Dos bens que eu gastei, mais nada me restou.
Mas olhando em meus olhos somente me amou
E ao me beijar, me acolheu num abraço de pai.

Oséias: um casamento desfeito e restaurado.


Dr. Schnupp


Se é verdade, como Emerson falou certa vez, que "o mundo inteiro ama um amante", então a história de Oséias deveria ser a mais amada em toda a Bíblia.
Em certos aspectos ela difere pouco de dez mil outras histórias que acontecem todo ano em Nova York, Londres, Dallas ou S. Francisco. É a história de um voto quebrado e de um lar desfeito, de um coração partido, de uma vida destruída. Mas em outros aspectos a história é tão absolutamente única que está na linha de uma das mais admiráveis de toda a literatura. Deus escolheu a história triste e sórdida deste profeta de coração partido, a fim de revelar o Seu coração e manifestar o Seu amor.


Decepcionado no Amor

A história de Oséias aconteceu na cidade de Samaria. Oséias encontrou, amou e mais tarde se casou com uma jovem mulher chamada Gômer. Gômer deve ter sido arrebatada por este homem de coração heróico, apaixonado como um poeta e zeloso como um santo. Ainda que Deus conhecesse bem o desenrolar desse relacionamento, deu sua permissão para que Oséias cassasse com Gômer. "... Disse, pois, o SENHOR a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições e filhos de prostituição; porque a terra certamente se prostitui, desviando-se do SENHOR". (Oséias 1:2)
A vida de qualquer homem é abençoada ou amaldiçoada conforme a mulher com quem se casa. Logo que Oséias encontrou Gômer, deve ter pensado que ela era tão pura como o lírio do vale do seu poema favorito - Cântico dos Cânticos de Salomão. Ele deve ter esperado que o seu futuro fosse repleto de bênçãos e alegria.

Mas à medida que se passavam os dias e ele ia conhecendo-a melhor, começou a ficar decepcionado. Será que as pétalas de sua pureza já não haviam sido arrancadas e pisoteadas pelas paixões de homens vis e impuros antes do casamento? Será que Oséias estava ocupado demais para dar à sua jovem esposa a atenção de que ela necessitava? Talvez jamais venhamos a sabê-lo. Sabemos apenas que o coração de Gômer se afastou do marido e que ela foi em busca do afeto de outros amantes.

Oséias deve ter notado e sofrido com esse esfriamento da afeição da esposa. E não foi esse o único fardo colocado sobre o seu coração. Ele também via sua nação, a nação de Israel, afastando-se de Deus. Tinha havido uma série de vitórias militares sob o rei Joás, cujo filho Jeroboão II continuou o seu sucesso militar e prosperidade, ganhando para si um reinado de quarenta e um anos. Contudo o Rei Jeroboão afastou de Deus o coração do seu povo. "E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar Israel" (2 Reis 14:24).

Oséias pôde observar que sua nação, embora próspera, eventualmente iria cair vítima da máquina bélica da Assíria, a não ser que se arrependesse do seu pecado. Dia após dia, Oséias regressava ao lar com o fardo de uma nação decadente pesando em seu coração. Noite após noite, ele ficava acordado, a ponto de prejudicar-se, aguardando o regresso da esposa ao lar.

Certamente ele deve ter orado e visto como era um homem piedoso, levou o seu fardo ao Senhor.

Filhos do Adultério

Foi então que Gômer deu à luz um bebê. Para Oséias isso seria uma renovação de esperança. Talvez quando ele segurou aquele menino nos braços, deve ter raciocinado: "Foi Deus quem o fez. Pois este garotinho tomará uma mão gorducha e a colocará ao redor do meu peito e com a outra enlaçará o coração de Gômer e manterá nossas vidas unidas".

"E disse-lhe o SENHOR: Põe-lhe o nome de Jizreel; porque daqui a pouco visitarei o sangue de Jizreel sobre a casa de Jeú, e farei cessar o reino da casa de Israel" (Oséias 1:4).

Na língua hebraica, "Jizreel" significa "se livrar de alguma coisa", deixar algo de lado. Era também o nome de uma cidade que havia desempenhado um papel trágico na história de Israel. A terrível apostasia sob o Rei Acabe e a Rainha Jezabel havia chegado a um desfecho ameaçador, quando a rainha foi atirada de uma janela do seu palácio e o seu corpo foi devorado por cães, nas ruas de Jizreel.

Então quando Deus disse a Oséias que chamasse o seu filho de Jizreel, ele estava tornando o garoto e sua família, uma lição ilustrativa da relação de Deus com o seu povo. É como se hoje um pai judeu chamasse o filho de Dachau, ou Bergen-Belsen, nomes dos campos de horror de Hitler, onde milhões de judeus foram massacrados durante a II Guerra Mundial. Esses nomes, soando aos ouvidos de um judeu hoje em dia, iriam arrancar do cemitério das memórias, fantasmas dos dias passados.

Desse modo, Jizreel era um lembrete a Israel do relacionamento de Deus com o seu povo. Cada vez que Oséias chamasse o seu filho para brincar, cada vez que o chamasse no mercado, esse nome iria soar aos ouvidos de um judeu piedoso como uma nefasta lembrança de que no passado Deus havia sido fiel para lidar com o pecado da nação.

Contudo, apesar do filho pequeno, Gômer não mudou. "E tornou ela a conceber, e deu à luz uma filha. E Deus disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ruama; porque eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei" (Oséias 1:6). Este nome significa "desgraça" ou "sem misericórdia".

Depois que Lo-Ruama foi desmamada, Gômer gerou uma terceira criança - o segundo filho. Por ordem de Deus este foi chamado Lo-Ami.

Esses três nomes dos filhos de Oséias significam duas coisas. Primeiro, eles nos dão um esboço do que iria acontecer à nação de Israel. Segundo, eles nos dão um relance quanto ao que iria acontecer com a família do profeta. Pois este terceiro nome Lo-Ami, significa não meu povo. Mostram que em sua amargura e sofrimento de coração, Oséias foi dominado por uma suspeita que se tornou uma certeza condenatória de que essas crianças geradas em seu lar não eram de modo algum seus filhos!

Indo atrás de uma Esposa Infiel

Muito embora Gômer vivesse em adultério, Oséias não quis divorciar-se dela. O que aconteceu depois pode ser avaliado, conforme a mensagem de Deus dada por Oséias ao seu povo no Capítulo 2. Parece que Gômer o abandonou. Quem sabe ela deixou um bilhete pregado na porta, dizendo-lhe que estaria indo embora para viver sua própria vida, deixando as crianças com Oséias, e que este não deveria ir atrás dela.

Então podemos visualizar o profeta, à noite, colocando na cama, seus filhos para dormir. Ele tem de ser pai e mãe ao mesmo tempo. Ele lhes dá o jantar frugal e escuta suas orações e depois fica velando até que adormeçam. Mas Oséias continua insone. Muito embora Gômer tenha abandonado o lar, não abandonou o seu coração.

Provavelmente, quando Gômer abandonou Oséias, pensou que iria melhorar de vida. "Porque sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu houve-se torpemente, porque diz: Irei atrás de meus amantes, que me dão meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas" (Oséias 2:5). Talvez ela tivesse sido iludida por promessas de alimentos exóticos e roupas excitantes. Mas, como sempre acontece com as pessoas que trilham esse desastroso caminho, que a princípio parece conduzir às alturas, de repente muda e cai até às profundezas.

Todo esse tempo Oséias ficou observando a trilha degradante seguida pela esposa. Eventualmente parece que Gômer caiu nas mãos de um homem incapaz de prover suas necessidades básicas da vida. Mesmo sem o amor da esposa, Oséias deve ter decidido prover suas necessidades. Podemos imaginá-lo indo à casa do amante dela, apresentando-se e dizendo: "O senhor é o homem que está vivendo com Gômer, filha de Diblaim? O homem responde: "Bem, e se eu for?" Oséias diz: "Sou o marido dela". O homem fecha o punho e se prepara para a luta. Oséias diz: "Não, o senhor não entende. Veja, eu amo minha esposa. Amo-a profundamente e gostaria de saber se o senhor receberia um pouco do meu ouro e da minha prata para comprar as coisas de que ela precisa".

O homem olha espantado o profeta. Contudo, ao ver a prata na palma de sua mão, ele pensa: "não existe um tolo maior do que um velho tolo", e concorda com a proposta do profeta.

Vocês me diriam: "Não é lógico um homem pagar em sonante prata e ouro pela manutenção de uma mulher que foi falsa com ele". E concordo plenamente. Mas o caso é que, conforme se vê, Oséias não está agindo pela lógica. Está agindo por amor! "O coração tem razões que a própria razão desconhece" (Blaise Pascal). Pois o amor é de Deus e é infinito. "Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus" (1 João 4:7). Oséias está desempenhando com Gômer o papel que Deus tem desempenhado com você e comigo, durante toda a nossa vida.

Vejamos então este libidinoso crápula, voltando para casa. Seus braços estão cheios de coisas compradas com o dinheiro de Oséias. Gômer sai da cabana, vê o amante com os braços cheios de provisões e se atira sobre ele enlaçando-o e agradecendo pelo que ele fez.

Em algum lugar por trás das sombras, vemos Oséias. Ele tem uma rápida visão de Gômer e esta lhe enche o coração. Ele vê quando Gômer extravasa o seu afeto pelo sensual amante, agradecendo as coisas que o amor do marido lhe proveu. Em lágrimas Oséias diz: "Ela, pois, não reconhece que eu lhe dei o grão, e o mosto, e o azeite, e que lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal" (Oséias 2:8).

Antes de se zangar com uma mulher como Gômer, gostaria de lembrar-lhe que você e eu temos feito exatamente isso com Deus. É de Sua mão que recebemos o dom da vida. Dele temos recebido o alimento para nossas mesas e as vestes para nossos corpos. Contudo, quão depressa agradecemos a todos e a tudo, exceto a Deus, que no-los deu. Agradecemos aos amigos, ao governo, agradecemos o nosso vigor físico, a tudo e a todos, exceto a Deus, de quem provêm as bênçãos.

Redimindo a Rebelde

Em Oséias 2:9-23, Deus anuncia o seu plano de dupla face, no sentido de ganhar de volta o seu povo. Primeiro ele diz que lhe trará dureza, privando-o de todas as boas coisas da vida: "Portanto tornarei a tirar o meu grão a seu tempo e o meu mosto no seu tempo determinado; e arrebatarei a minha lã e o meu linho, com que cobriam a sua nudez" (Oséias 2:9).

Em seguida, quando o seu povo cair na maior miséria, Deus começará a “cortejá-lo” novamente, procurando ganhar-lhe de volta os corações. “Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração” (Oséias 2:14). Tanto a justiça como o amor de Deus fazem parte do seu plano. Nem a Sua justiça nem o Seu amor permitir-lhe-ão abandonar o seu povo.

Será que Deus nos ama desse modo? Saltando das fontes escriturísticas, está a verdade de que Deus nos ama exatamente assim.

Deus dá ao homem o metal da mina. Deus dá ao homem as árvores da floresta. Deus dá ao homem a destreza manual. O homem com a sua destreza derruba a árvore. O homem com a sua destreza extrai o metal da mina. Depois do metal extraído e da árvore cortada, o homem com a sua destreza pega essa árvore e faz dela uma cruz. Com sua destreza toma o metal e o transforma em pregos.

Em seguida, Deus vem na Pessoa de Jesus Cristo e permite que os homens, com violência cruel, fixem os pregos em suas mãos. Então Ele morre naquela cruz por amor de cada homem que ali o colocou, pelas multidões que zombam ao pé da cruz, pelos soldados que cravaram os pregos em suas mãos. Ele morre ali por eles e por nós, por você e eu, para que tenhamos os nossos pecados perdoados, a fim de obtermos vida eterna e possamos ir morar no céu, para todo o sempre.

No Capítulo 3 descobrimos o último ato deste admirável drama da redenção. Não apenas Gômer caiu nas mãos de um homem incapaz de prover suas necessidades. Ela agora caiu nas mãos de um homem que não queria provê-las. Evidentemente, esse homem decide vendê-la como escrava.

Nos dias em que esta história aconteceu, a escravidão era institucionalizada. Alguns historiadores contam que quando uma mulher era oferecida num leilão de escravos, ela era despida de suas vestes e forçada a permanecer de pé diante da multidão curiosa. Foi evidentemente para esse lugar que Gômer fora levada e para lá Oséias fora chamado.

Vocês podem imaginar o cochicho da multidão e o comentário que ia de boca em boca, quando esta viu Oséias. As pessoas diziam: "Ele veio para observar o que ela merecia. Ele veio para observar o seu castigo".

Então começa o pregão. Alguém oferece dez peças de prata, outro oferece doze. E Oséias diz: "dou quinze peças de prata". Alguém mais diz: "dou quinze peças de prata e um feixe de cevada". Oséias diz: "dou quinze peças de prata e um feixe e meio de cevada". Soa o martelo e Oséias se apressa em redimir a esposa. "E comprei-a para mim por quinze peças de prata, e um ômer, e meio ômer de cevada" (Oséias 3:2).

Enquanto a conduz para longe da multidão, o povo deve ter dito: "é um preço alto pago pela vingança. Por que não apenas deixou que ela fosse vendida como escrava? Por que pagar tanta prata por uma mulher que usou de falsidade?"

Mas Oséias não comprou sua esposa a fim de puni-la, mas para redimi-la. "E ele lhe disse: Tu ficarás comigo muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti" (Oséias 3:3). O que Oséias está sugerindo é : "o que você não faria de sua livre vontade, peço-lhe para fazer agora como uma possessão adquirida".

Isso é o que depreendemos através de toda a Bíblia. Deus diz que nos ama e porque Ele nos redimiu, pede que O sirvamos. O apóstolo Pedro disse aos que estavam sob os seus cuidados: "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo" (1 Pedro 1:18,19-a).

O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios, membros de uma igreja culpada de perversão sexual, disse-lhes: "Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" (1 Coríntios 6:20).

Lições de Oséias

A primeira lição de Oséias é esta: se você fosse servir a Deus, de hoje até o dia de sua morte, ele não o amaria mais do que o ama agora. Porque Deus não o ama por causa do que você faz. Deus o ama apesar do que você faz.

Somos supremamente amados e porque temos sido tão amados, retribuímos com adoração, serviço, amor e louvor.

A segunda lição talvez seja para homens e mulheres que absolutamente não conhecem a Deus e jamais colocaram sua confiança em Cristo. É uma lição para pessoas de corações partidos e lares desfeitos, com sonhos desfeitos e vidas destruídas. É uma lição para aqueles que das profundezas de suas almas clamam na escuridão da noite: "onde está Deus? Onde está Ele para que eu possa encontrá-Lo?"

A resposta do livro de Oséias é:

“Deus não está perdido, você é quem está”.

Este é o Deus que foi à cruz do Calvário, e em busca dos homens, através do túnel de um túmulo vazio. Sempre e sempre Ele os procura para trazê-los de volta até Ele.

Quando os homens gritam: "onde está Deus?" A resposta é sempre a mesma.

Deus está aqui mesmo. Ele está esperando por você. Ele pede que você venha até Ele. Ele o espera para enlaçá-lo com o Seu amor. Ele o apressa a vir pela fé, a fim de conhecê-Lo e conhecer a significação do amor na verdadeira profundidade do seu coração.


Traduzido por Mary Schultze




Para OIKOS - Ministério Cristão de Apoio à Família

domingo, 14 de novembro de 2010

Pedindo em nome de Jesus


Charles H. Spurgeon

"Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei." João 14:14

Que promessa tão ampla! Alguma coisa! Sejam grandes ou pequenas, todas as minhas necessidades estão cobertas por essa palavra "alguma coisa". Vem, minh'alma, com liberdade diante do propiciatório, e ouve a teu Senhor quando diz: "Abre a tua boca, e eu a encherei".

Que promessa tão sábia! Sempre temos de pedir no nome de Jesus. No caso que isso nos dá alento, também honramos a Ele. 
Esse é um argumento constante. Ocasionalmente qualquer outro argumento é obscurecido, em especial aqueles que poderíamos tirar de nossa própria relação com Deus, ou nossa experiência de Sua graça; mas em momentos assim, o nome de Jesus é tão poderoso no trono como sempre, e podemos interpelar com ele com plena segurança.

Que oração tão instrutiva! Não poderia pedir nada o que Cristo não colocaria sua mão e seu selo. Não me atreveria a usar o nome de meu Senhor para uma petição egoísta ou caprichosa. Só posso usar o nome de meu Senhor para orações que Ele mesmo diria se estivesse em meu caso; É um grande privilégio que sejamos autorizados a pedir em nome de Jesus como se o próprio Jesus o pedisse; mas nosso amor a Ele não nos permitiria jamais interpôr esse nome aonde Ele não colocaria.

Estou pedindo o que Jesus aprova? Atreveria-me a por Seu selo em minha oração? Então, já tenho o que busco do Pai.

**trad. Projeto Spurgeon

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Vamos à academia do Senhor?

Izidro, do Karapuça.com

Eu sempre odiei algumas situações que acontecem num culto evangélico. Quando vou a uma reunião sempre fico com o pé atrás com o ministro de louvor.  Tem gente que diz que é implicância minha, mas eu não consigo! È mais forte do que eu.

Você já prestou atenção no ministro de louvor da sua igreja? Geralmente o cara tem que ter expressão de alegria no rosto! Saca comercial de margarina? E manda logo um “Somos o povo mais feliz da terra!”, peraí e se eu não estiver feliz hoje? É meu direito não estar! Não posso?!

Um amigão meu é ministro de louvor e tem a mania de perguntar assim: “Você está feliz nesta noite?”, por sorte nunca responderam pra ele lá do fundo da igreja: - Nããããããããooooo!!!!!  Tipo aqueles programas de TV que o apresentador pergunta pra pessoa você troca um grão de arroz por este carro importado? Nããããããããooooo!!!!! Mas tenho que fazer uma confissão, eu queria muito ter feito isso. Quem sabe um dia...

Outra situação que os ministros de louvor fazem que odeio é a fatídica frase: “Olhe para seu irmão ao lado e diga: - Eu te amo em Jesus!”. Meu Deus! Eu quero fugir da igreja quando isso acontece. É constrangedor. Eu olho pra pessoa e penso: “Eu não amo esse cara! Eu não amo esse cara!” Eu nunca vi esse sujeito antes! O ministro está me induzindo a mentir! Isso não é papel que se preste, “ministrão”! Amar envolve relação, conviver com a pessoa, descobrir alguma afinidade. Eu sei que existe amor à primeira vista, mas aí já é demais!

Mas a campeã é o que eu chamo de "aula aeróbica de Jesus"! Você com toda certeza já participou disso. Quer ver?!
O ministro ta lá na frente cantando e começa assim:
- Levante suas mãos e adore!
- Cumprimente o seu irmão da direita! Agora o da esquerda!
- Levanta a mão de novo e canta comigo!
- Ajoelhe-se e ore comigo assim...
- Coloque-se de pé e vamos adorar o Senhor!
- Levanta a mãozinha de novo e tira o pé do chão!
- Senta e levanta! Levanta e santa!
Meu Deus, será que eu errei a porta?! Eu tô na igreja ou numa academia?
Quando vem a pregação, eu só agüento se tiver um Gatorade pra ajudar!

Mesmo assim, parafraseando o salmista, eu tenho que dizer:
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à academia do Senhor!”

A pergunta da menininha

 
Uma menininha perguntou para sua mãe: “Como é que surgiu a raça humana?”
A mãe respondeu: “Deus fez Adão e Eva; eles tiveram filhos e assim surgiu toda a humanidade”.
Alguns dias depois, a menininha fez para seu pai a mesma pergunta. O pai respondeu: “Muitos anos atrás havia macacos, e nós evoluimos deles”.
A menina confusa volta para sua mãe e diz: “Mamãe, como é possível que você me tenha dito que a raça humana foi criada por Deus, e papai diz que nós evoluímos dos macacos?”
A mãe responde: “Olha, querida, é muito simples. Eu disse para você sobre a origem do meu lado da família, e seu pai disse para você sobre o lado dele”.
 
Vi no Blog do Julio Severo.

sábado, 6 de novembro de 2010

Por que a Igreja tem medo da modéstia?

Extraído do Blog do Júlio Severo

Randy Alcorn, Eternal Perspectives Ministry
PERGUNTA: Meu marido e eu estamos felizes com o fato de que a igreja esteja finalmente falando do problema da pornografia e do assunto da pureza no Corpo de Cristo, e ajudando os homens a lidar com essa questão. Mas por que é que nunca ouvimos sobre pureza para mulheres no modo como elas se vestem? Estou falando sobre mulheres que professam ser seguidoras de Cristo. Elas se tornam uma pedra de tropeço para seus irmãos quando se vestem de maneira sedutora ou se vestem para ser sexy conforme a moda do mundo. Por favor, lide com a questão da modéstia.
RESPOSTA: Essa é uma pergunta importante, e é muito problemática. Pouco tempo atrás eu estava falando numa igreja, e constatei que eu não podia olhar para certa direção da congregação por causa do modo como uma mulher estava vestida. Isso ocorre frequentemente. Tenho estado em igrejas em que não dá para olhar para a equipe de louvor por causa do modo como uma mulher está vestida e fazendo balanços sensuais ao segurar o microfone. É algo que esperaríamos numa boate, mas está ocorrendo na igreja — o Corpo de Cristo.
Sou completamente a favor do sexo e penso que é bacana que uma mulher seja sexy com uma pessoa — seu marido. A ironia é que há casos em que as mulheres se acostumaram muito com uma aparência sexy em público, mas na realidade não têm nenhum relacionamento sexual com seus próprios maridos. Por isso, temos duas questões acontecendo com relação à questão da modéstia — modéstia em público e modéstia quando o Corpo de Cristo está reunido. E essa última questão é imensamente importante.
Quando eu era pastor de jovens muitos anos atrás, tínhamos dificuldade de aceitar roupas de banho — e esse problema é muito pior hoje para os grupos de jovens das igrejas por causa da mudança nos modismos. O modo como as moças vestiam seus biquínis, e até muitos maiôs, mostrava muita coisa. A realidade aí é que os rapazes num retiro de igreja olhavam para essas moças — suas irmãs em Cristo — e pensavam exatamente no que os rapazes costumam pensar, e assim estavam sendo conduzidos à tentação.
Não estou desculpando o modo como os homens pensam. É um problema, mas é também verdade — como indicou a pessoa que fez essa pergunta — que há responsabilidade aí para as moças, e certamente para seus pais e mães, de considerarem seriamente esse assunto.
Quanto à parte da pergunta que foi feita sobre o motivo por que essa questão não está sendo tratada nas igrejas do jeito que deveria, creio que a resposta é o medo. Penso que há muitos pastores e líderes de igrejas que, como muitos maridos e pais, têm medo de abrir a boca por receio de ofender as mulheres que sempre seguem a última moda. Algumas mulheres acham que para estarem na moda, elas precisam ter roupas que sejam sexy — inclusive saias abertas, principalmente saias e calças muito agarradas, e bustiê curtos. Todas essas roupas transmitem uma mensagem para os homens, e os pastores se sentem muito constrangidos de abrir a boca para falar porque pensam “Algumas mulheres vão achar que sou pervertido por chegar ao ponto de mencionar esse problema, dizendo: ‘Ah, então é nisso que o pastor fica pensando quando está lá no púlpito?’”
É uma situação difícil, mas é uma questão sobre a qual creio que os homens que são líderes de igreja e de grupos domésticos precisam de coragem para abrir a boca e tratar diretamente. Precisamos também de mulheres dedicadas a Deus (principalmente mulheres dedicadas a Deus que tenham moderação no modo como seguem a moda e sejam atraentes no sentido correto de ser atraentes — não sexualmente atraentes) que de forma carinhosa desafiem outras mulheres e as informem que elas estão enviando uma mensagem errada. E se elas não se importam com a mensagem que estão enviando, então algo está realmente errado e elas precisam se arrepender. Precisamos de conversas francas e claras sobre isso, de modo que as mulheres consigam se conscientizar e compreender a questão.
A Bíblia diz que nossos corpos são templos do Espírito Santo. Isso nos compele a honrar a Deus em tudo o que fazemos e dizemos. Lamentavelmente, muitos relacionamentos impróprios se desenvolvem na igreja. Às vezes começam em grupos pequenos; outros começam por meio de relações de trabalho entre os que trabalham na igreja. Há casos de relacionamentos de adultério que começaram durante retiros de grupos pequenos, onde mulheres e homens se vestiram e agiram de certa forma. Muitos desses relacionamentos poderiam ser evitados se prestássemos muito mais atenção no modo como nos vestimos, no modo como nos encontramos com os outros e no tipo de afeição que mostramos.
Adoro mostrar afeição física. Muitas vezes eu abraço só de lado as mulheres com quem me importo e conheço — se tenho uma amizade apropriada e maior de irmão com irmã — pondo minha mão no ombro delas e chegando-as a mim. Mas evito abraços de frente. As mulheres às vezes não estão conscientes de como esses tipos de abraços podem afetar seus irmãos em Cristo.
Nancy Leigh DeMoss tem um material excelente sobre modéstia e pureza. Ela tem um livreto maravilhoso intitulado “The Look: Does God Really Care What I Wear?” (A aparência: Deus realmente se importa com as roupas que uso?) bem como vários recursos sobre a liberdade da modéstia no site do ministério dela: www.reviveourhearts.com
Acredito de verdade que a modéstia é algo em que precisamos dar uma olhada muito profunda, cuidadosa e em espírito de oração no Corpo de Cristo. Precisamos evitar nos conformar com este mundo, mas sermos transformados pela renovação das nossas mentes.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Relato apaixonado de uma mãe

Lindo depoimento da Thamirys Colasso, uma mamãe lutadora...
Encontrei no Site da Pra. Fernanda Brum.
Vale a pena ler...

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Sempre quis muito ser mãe, era um desejo desde menina. Sempre tive isso em meu coração, seria mãe cedo! Eu casei em 2006 e, em março de 2009, decidimos tentar. Em maio, descobri que estava grávida. Fiquei muito feliz, mais muito mesmo. Que alegria! Ganhei muitos presentinhos das minhas amigas, pois todas sabiam o quanto isso era importante pra mim! Mas, quando fui fazer o primeiro ultra-som, em 30/06/2009, o coraçãozinho do meu anjinho tinha parado. Foi o fim pra mim. Quase morri do coração. Depois. Sofri todo aquele procedimento: internar, fazer curetagem…  Ficou um vazio enorme, parecia que não conseguiria viver antes de ter outro bebe!
Minha medica me recomendou esperar três meses para uma nova tentativa. Como era difícil pra mim ter que esperar três meses. Parecia uma eternidade. Até que resolvi não me cuidar mais e após dois meses, na minha primeira tentativa, eu tive o positivo nas mãos. Muita alegria novamente, mas com certo receio. Eu vibrava, agradecia a Deus a cada minuto, pois era tudo que eu mais queria!!
Fiz o primeiro ultra-som com cinco semanas, nem tinha aparecido o embrião ainda, mas era muito perfeito pra mim. Fiz outro com sete semanas e vi o coraçãozinho, porém ainda não deu pra ouvi-lo. Cada ultra era uma alegria! Com nove semanas fiz outra. Foi magnífico: as perninhas mexendo, os bracinhos… Que coisa mais linda! Era tudo muito perfeito pra mim.
 Como eu tinha engravidado rápido, minha médica pediu certo repouso. Quando eu fiz 12 semanas, ela disse: “Parabéns! Vocês passaram pelo período de risco, agora é só esperar!” Ela pediu o ultra da Translucência Nucal, que é o exame que verifica se seu filho tem alguma síndrome, como a Síndrome de Down. Na hora do exame, medico não conseguiu achar a translucência nucal, mas disse que era normal. Pediu para eu repetir com 13 semanas. Fiquei preocupada, mas nada que me desesperasse. Quando cheguei no consultório, com 13 semanas, ele fazia a ultra e me virava de um lado, virava do outro… tudo em silêncio. Quando terminou, ele pediu para esperarmos um pouquinho e disse: “Seu bebê tem um probleminha.” Eu gelei dos pés a cabeça, meu mundo caiu só de ouvir aquilo. Ele perguntou se já tínhamos ouvido falar em anecefalia. Eu já tinha ouvido falar, mas não fazia idéia do que era. Ele explicou que anencefalia é a falta total ou parcial do cérebro. Eu me desesperei, meu marido nem falava mais. Foi quando ele disse que eu poderia optar em interromper a gravidez e que a minha medica iria falar certinho comigo.
Saímos dali como se o mundo tivesse acabado, foi muito horrível pra mim, parecia que meu sonho tinha acabado ali! Fui atrás da minha medica e ela não estava na cidade, chegaria no outro dia. Decidi repetir o exame em outro lugar, mas o resultado foi o mesmo!
No outro dia, na consulta ela me orientou a entrar com pedido de aborto, me deu o laudo e eu fui conversar com um amigo advogado para entrar com o pedido. Eu pensava em casa, sozinha e meu coração dizia que não era certo aquilo, que se fosse pra eu acabar ali Deus teria feito como na primeira vez, teria levado por conta própria. Era um momento muito difícil. Com certeza pra mim seria mais fácil acabar ali, interromper a gravidez, mas eu tinha que mostrar ali minha fé no meu Deus e fazer a sua vontade. Eu tinha receio de falar para o meu marido e ele não concordar. Quando eu decidi falar, ele respirou aliviado e disse que também estava com este pensamento, mas tinha medo de me falar. Pedimos pra não seguir com o processo e decidimos levar minha gravidez em frente. Não foi fácil no começo, mas fomos tentando levar tudo normal.
Depois de um determinado tempo, resolvi entregar tudo nas mãos do Senhor. A partir dali, tentei curtir ao máximo minha gravidez. Lógico que eu sofria muito a cada ultra-som, não comprava nada, não fizemos o quartinho, mesmo tendo as coisinhas, ficamos apenas curtindo o bebê. Os médicos do ultra-som não afirmavam o sexo, diziam que, possivelmente, não formaria. Fiquei muito chocada, porque eu queria dar um nome ao meu bebê, queria saber se era menino ou menina! Até que com quase 6 meses, a médica disse que, possivelmente, era uma menina. Colocamos o nome dela de Heloísa, (menina forte). A cada dia eu buscava mais a Deus, implorava pra ele deixá-la comigo, eu orava com ela, cantava com ela, até contava historinhas!
Curti muito ela na minha barriga, mas muito mesmo. Ela mexia muito, era uma delícia. Eu tinha muitas pessoas me apoiando, torcendo e orando por mim. Chegou a certo tempo da gravidez que eu tinha certeza que Deus faria um milagre em minha vida! Foi inesquecível pra mim, o sentimento de possibilidades. Às vezes, eu pensava que ia dar tudo certo sim, que Deus tava vendo como queríamos a nossa filha. A cada dia, eu implorava mas a Deus.
Fiz um book para ter tudo registrado, porque eu queria mostrar a ela como ela foi esperada. Até que marquei o dia do parto, fiquei muito apreensiva, chorei… mas eu esperava o melhor de Deus. Meus amigos fiaram do meu lado, me apoiaram e isso foi muito importante pra mim. Meu parto seria cesariana, pois eles dizem que, no caso de anencefalia, o bebê não estimula o nascimento. Arrumei as malas, a minha e a dela, tudo prontinho…
Tava marcado para o dia 13 de Maio, às 14h30min. Minha mãe chegou pra ir comigo (ela mora em Curitiba). Eu estava tranqüila, mas muito tranqüila. Me internei ao meio dia. Na hora do meu parto, meus amigos me acompanharam, tinham mais de 15 pessoas na recepção. Como meu plano é enfermaria, dificultava um pouco as coisas, mas pelo fato de ser um caso diferente, fui muito bem atendida, com muitas regalias!
Meu parto estava marcado para as 14h30min, mas eles vieram me dizer que tinha sido mudado para as 16h30min, creio que para eu não ficar tão apreensiva. Eles me buscaram às 15hs. Toda a calma e tranqüilidade que eu tinha, acabou. Fui para o centro cirúrgico desesperada, quase morrendo de chorar. Me deitaram na cama e fiquei com muitas enfermeiras me consolando, até que me acalmei. O anestesista chegou e veio me preparar, foi muito tranqüilo. Me anestesiou e minha medica chegou e, então, começaram o meu parto. Que momento difícil! Eu sabia que Deus poderia fazer um milagre em minha vida, mas parece que eu já estava sabendo que a vontade dele não era essa. Eu já sabia que tudo que eu mais sonhei estava começando ali e acabando horas depois.
O anestesista foi um enviado de Deus naquele momento, ele ficou o tempo todo ali comigo, passava a mão no meu rosto, mexia na minha orelha, falava que eu tinha que pensar que existia um Deus olhando pra mim! Sabe, ele conseguiu me acalmar um pouquinho. Ele me disse para respirar fundo e eu senti que forçaram minha barriga. Foi quando eu escutei minha medica dizendo: “Cobre a cabecinha dela e mostra pra mãe que ela quer ver!”
 Foi ai que eu percebi, realmente, que ela tinha nascido e com a maldita doença que levaria ela logo de mim! Me mostraram ela, estava muito roxinha e eu me desesperei. Me sedaram porque eu estava muito nervosa. Não vi mais nada.
Quando eu voltei em mim, já estava quase indo pro quarto e me perguntaram se eu queria ver ela novamente e eu disse que sim. Trouxeram e ela já estava mais clarinha. Ela era linda, muitíssimo gordinha, moreninha, igualzinha a meu marido. Eu estava muito mau e levaram ela…
 Quando cheguei ao quarto, estava minha mãe e minha sogra. Eu me sentia péssima, parecia que tudo estava acabando. A enfermeira veio e me perguntou se queria ver ela novamente e eu disse que sim. Ela a trouxe colocou ao meu ladinho, e ali ela ficou. Que sentimento lindo, amor e mais amor, mas alegria e tristeza misturados, pois era o momento mais lindo da minha vida, mas já sabia que, logo em seguida, viria o mais triste também.
Ela não chorava, apenas soluçava bem fraquinho. Ao meu lado, ela ficava quietinha, bem boazinha. Todos no quarto só olhavam e choraram de ver aquela situação. Levaram ela de novo. Foi muito triste, então os meus amigos começaram entrar pra me ver, um de cada vez e foi bom pra mim, porque o tempo passou. E 6 horas depois do parto, eu quis levantar e tomar banho, porque eu sabia que eu poderia ir vê-la. Levantei, tomei banho e, já em seguida, pedi pra vê-la. Eles pediram pra eu ir na manhã seguinte, mas eu queria ir naquela hora. Eles me levaram de cadeiras de rodas ate lá. Lá estava ela, na incubadora, peladinha, moreninha, linda. Abriram a incubadora e deixaram eu ficar alisando ela. Tinha uma pele macia, fofinha, apesar da mal formação na cabecinha, ela era linda, perfeitinha, o nariz igualzinho ao meu (meu marido diz que meu nariz é de batata rs), e o resto todinho dele. Mas ela era linda, as mãos enormes, dedos cumpridos, as unhas dos pezinhos meio encravadinhas, como a do pai… Eu decorei ela todinha, até que ela começou a suspirar e as enfermeiras perguntaram se eu me importava em parar, porque ela tava precisando de oxigênio. Eu fui embora, meu coração esta feliz em vê-la, mas parece que eu já sabia que era a última vez. Eu, ao menos, tive coragem de falar que a amava, todo o tempo em que fiquei lá com ela, eu ficava em silêncio. Voltei ao quarto e tentei dormir, porque queria que amanhecesse logo pra ver ela novamente. Quando foi 03h15min da madrugada meu celular tocou e quando a pessoa ouviu minha voz desligou. Eu nem me toquei. Não demorou nada e a enfermeira chegou e me deu a triste notícia. Tinha chegado a hora dela. Ela já estava nos braços do Pai!
Meu coração se despedaçou e ali acabou meu sonho. Fizeram o enterro e eu proibi de avisarem qualquer pessoa. Gostaria que estivesse só a família no momento, pois afinal eu não estaria lá, não deixei abrir o caixão, pois pra mim ela era linda e não queria que ninguém a visse. Mesmo assim foram mais de 50 pessoas no enterro. Cheguei do hospital no sábado e, no domingo de manha, já fui ao cemitério ver onde ela estava!
Agora estou aqui, com belas recordações dela e pedindo pra Deus fazer com que o tempo passe rápido, não pra esquecê-la, porque seria impossível, mas pra que esse sentimento vire saudades.
Ela foi o presente mais precioso que Deus me deu, logo em seguida, ele tirou mais ele deve ter um propósito com isso, meu coração está aliviado, pois eu fiz com que cumprisse o propósito de Deus na minha vida, fiz a vontade dele. E sei que através do meu testemunho muitas vidas serão tocadas em nome de Jesus.
Como foi inexplicável o sentimento, tanta alegria e tristeza ao mesmo tempo, Heloísa viveu intensamente por 11 horas e foi o suficiente para compensar todo o sofrimento que passamos. Tão gordinha, moreninha como o pai, com aqueles solucinhos, que perto de mim acalmavam. Pude sentir o verdadeiro sentido da vida, o verdadeiro sentido de ser mãe e, acima de tudo, me sentir orgulhosa, pois deixei ela viver o tempo que Deus permitiu. Posso dizer que passamos muito tempo juntas, que nos amamos e nos curtimos com muita intensidade. Todos os dias eu cantava para ela dormir mesmo na barriga, lia a bíblia, contava historinhas, tinha certeza que Deus faria um milagre em nossas vidas, implorava a ele todos os dias por isso, mas ele fez o desejo do coração dele. Agora não entendo, mas sei que vou entender. Ela era especial demais para viver neste mundo, então, Ele a buscou, para Ele mesmo cuidar. Agradeço a Deus, pois ela era perfeita aos olhos do Pai. Hoje, ela não me pertence, mas pertence a Deus!
Heloísa, minha filha, minha vida, a batida mais forte do meu coração!!!

Thamirys Colasso, 22 anos, Curitiba


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