sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Uma Igreja cristã se esquivando de Cristo

Gabriel Tardin

orando

"Porque dEle e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém." Romanos 11:36


Por muitos anos, o povo hebreu reteve sob sua responsabilidade os oráculos sagrados de Jeová, e, por sua admirável missão, alcançou solenes bênçãos, dignas de um povo escolhido. Não teria falhado o seu propósito, caso Israel tivesse centralizado Sua fé nAquele a quem pertencem todas as coisas. Israel esqueceu de olhar exclusivamente para o Senhor; por isso, acabou enxergando a si mesmo. O povo que, pela Lei de Jeová, deveria ser exemplo de humildade e abnegação para as outras nações, tornou-se um exemplo de arrogância e egoísmo, trazendo opróbrio para si e para tantos quantos necessitavam ouvir a mensagem de salvação. O povo confiava em sacrifícios, rituais e cerimônias; se apegava a tantas coisas, com tamanha arrogância aos olhos do Senhor, que tornou-se cego para o próprio pecado.


A "nação eleita" de nossos dias, espiritual e abençoada como seja, tem estado sob os mesmos perigos que cercaram o antigo Israel: há aqueles que confiam em carros, cavalos e cavaleiros, mas pouco confiam no Senhor. Muitos há, entre nós, que, ao invés de transparecer abnegada conversão, demonstram cada vez mais o espírito mundano de egoísmo; muitos que ignoram a humildade do Mestre, e correm atrás de fama, aplausos e dinheiro - essa classe envolve cantores, pregadores, etc. As igrejas se assemelham a palcos de teatro, exposições artísticas da melhor voz, do discurso mais eloquente ou da melhor roupa. Há quem não cante, a menos que tenha uma música nova ou uma "plateia" grande para atrair aplausos; há quem não aceite pregar por menos de determinada quantia. Por essas e outras, o Templo enche-se de "glória", mas não a do Senhor.


Devemos pôr a Cristo no centro de nossa experiência religiosa, ou ela não terá sentido. Se não dedicarmos a Ele o nosso coração, com humildade, fazendo tudo quanto Ele pedir sem nos preocuparmos com as consequências, poderemos estar à caminho da vaidade e ganância que um dia derrubaram um nobre querubim de sua elevada posição. Se a conversão não produz serviço abnegado e humildade de espírito, pouco podemos esperar que ela realmente tenha acontecido.

sábado, 5 de outubro de 2013

Igreja x Denominação–Qual é sua identidade?

Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?
(1 Coríntios 3:3-4)

caminhojesus1

Marcelo Reis

Por força do hábito, sempre dizemos o nome de nossas denominações quando nos perguntam a que igreja pertencemos. Se levado em conta o sentido figurado de "igreja" aplicado à denominação, isto não é nenhum problema. O problema começa mesmo é quando nossa identidade passa a ser denominacionalista antes de considerarmos nosso papel como parte da Igreja do Senhor Jesus e do Reino de Deus.

Isto não significa que ao ser membro da Igreja de Deus eu não possa ser membro também de uma denominação. Significa sim que a Igreja e as denominações têm importâncias e papéis diferentes no Reino de Deus, e isto não pode ser desconsiderado.

A Igreja é um corpo invisível, que subiste além das fronteiras denominacionais, composto por todos os salvos em Cristo, gentes de todo povo, tribo, língua e nação, e de todas as épocas. A denominação é apenas uma parte da Igreja do Deus Vivo, um grupo de pessoas que pensam de forma semelhante e partilham os mesmos costumes. Ela não é o Corpo de Cristo, é apenas um galho que sustenta os ramos da Videira Verdadeira, Cristo, do qual a Igreja é o Corpo.

Se limitarmos nossa visão à denominação e acreditarmos que ela é o Corpo de Cristo, acabamos por deixar de lado a multiforme Graça de Deus e damos lugar a um conceito antibíblico no que diz respeito à Obra de Deus.

Confundimos muitas vezes a Obra de Deus com a parte que nos cabe neste trabalho de provisão de salvação, no qual ela consiste. Tomamos a parte como se fosse o todo. Passamos a acreditar que o Reino de Deus está ali, bem diante dos nossos olhos, cercado por quatro paredes, sob a tutela de um ministério.

Deixamos de lado a visão de Reino, de Igreja, para assumirmos uma postura denominacional. Pregamos a placa da nossa igreja e enfatizamos o que Deus faz entre nós, como se nossas, por nós e para nós fossem todas as coisas.

Deixamos de pregar a Jesus Cristo crucificado. Deixamos de nos alegrar pelo que Ele tem feito por nós, para nos gloriarmos daquilo que temos feito por Ele.

É necessário pararmos agora mesmo para refletir. Precisamos recordar urgentemente de que não é na denominação que estamos ligados, mas na Videira. Devemos ter a consciência de que nossa denominação é apenas mais uma porta aberta para que o Evangelho seja anunciado. Congregamos com pessoas que pensam como nós, que agem como nós, que adotam usos e costumes parecidos com os nossos, e que nem por isto são melhores ou mais divinos que o resto da humanidade.

A denominação tem um inestimável valor quando, ao reunir pessoas de hábitos parecidos, lhes dá maior satisfação em oferecer a Deus culto com o coração alegre. Perde, porém, o seu valor quando, ao congregar pessoas, as separa do restante do Corpo de Cristo.

Os frutos são conhecidos pela árvore e a árvore pelos frutos. Os frutos são da árvore, não das varas.

"Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim", disse Jesus. (João 15:4)

Estamos ligados na Videira, de forma que não há meios sem os galhos. Tomemos então o devido cuidado para não darmos mais valor ao galho do que à Videira, pois assim não daremos frutos, seremos cortados, lançados fora e pisados por não haver mais em nós nenhum valor.

Somos parte da única Igreja existente em todo o universo: o Corpo de Cristo. Nele bem ajustados e ligados pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, cresceremos em graça e em amor (Ef 4:16).

 

Marcelo Reis é editor do Blog Verbo Eterno.

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