terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Como ajudar aos flagelados do Acre

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Foto: Sergio Vale/Secom

Navegar pelo Rio Acre nos dias atuais é testemunhar tempos de sofrimento para as comunidades ribeirinhas desde a foz, nas pequenas vilas de Tahuamanu (departamento de Madre de Dios), no Peru, até a cidade amazonense de Boca do Acre. Da nascente até a desembocadura, são 1.119 quilômetros, e é nos maiores municípios, como Rio Branco, que os estragos provocados pelas enchentes mostram a real dimensão do flagelo vivido pelos milhares de pessoas que escolheram as margens do manancial para morar e trabalhar. Da cidade até a comunidade do Catuaba, grandemente afligida pela cheia, são cerca de vinte quilômetros pelo ramal Belo Jardim – transformado pela força da Natureza em braço do rio por onde ao invés de carro transitam canoas movidas a remo ou motor rabeta. Pelo rio, leva-se 45 minutos descendo e uma hora subindo para fazer esse trajeto.

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Ribeirinhos sofrem com a enchente do Rio Acre

(Marcos Vicentti)

Enquanto se percorre a zona urbana de Rio Branco, a visão é desoladora: reservatórios de água submersos, torres de energia elétrica ameaçadas, margens desbarrancando e muitas casas ameaçadas. Há regiões em que o rio avançou mais de um quilômetro além de seu leito. A situação parece piorar à medida em que se avança para a área rural: ramais estão debaixo da água, os roçados já apodreceram quase tudo e as perdas, já não há mais dúvida, se avolumam a cada centímetro que o rio sobe. As fruteiras e culturas permanentes vão se perdendo. “Estamos na safra do cajá, fruta que representa uma renda a mais para estes produtores. Eles podem faturar até um salário mínimo neste período mas, com a cheia, deixaram de ganhar esse dinheiro”, observou Jorge Rebolças, diretor da Secretaria de Floresta e Agricultura de Rio Branco (Safra).

No começo da semana a Secretaria divulgou um relatório mostrando que os produtores acumulam prejuízo de cerca de R$ 12,4 milhões com perdas totais nas lavouras de mandioca, banana, grãos e frutas. Das 16 comunidades hoje afetadas, todas estão recebendo ampla ajuda pública em cestas básicas, combustível, transporte, água potável e hipoclorito de sódio para tratamento de água.

No começo da semana a Secretaria de Floresta e Agricultura de Rio Branco divulgou um relatório mostrando que os produtores acumulam prejuízo de cerca de R$ 12,4 milhões (Marcos Vicentti)

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Os produtores acumulam prejuízos de R$ 12.4 milhões

(Marcos Vicentti)

Apesar de ser considerável, o valor será ainda mais elevado quando for levantado o prejuízo com ramal e infraestrutura e perdas mobiliárias. Para fazer o relatório, os técnicos da Safra percorreram as comunidades do Bagaço, Água Preta, Barro Alto, Belo Jardim I, 2 e 3, Benfica Ribeirinho, Catuaba, Extrema, Liberdade, Limoeiro, Moreno Maia, Moreno Maia, Barro Alto e Água Preta conversando com lideranças, moradores antigos e presidentes de associações.

Criação de peixe completamente perdida

Produtor que trabalhava com piscicultura perdeu tudo. É o caso de Raimundo Inácio da Silva, morador da comunidade Extrema, que além das estimadas 5 mil covas de macaxeiras perdidas, acumula sérios prejuízos com a piscicultura. “Cerquei os tanques com tela, mas não teve jeito: a água veio e levou tudo”, lamenta ele, que foi inscrito como beneficiário de cestas básicas para ajudar na sobrevivência da família enquanto dura o flagelo.

Produtores não desanimam

A família do Seu Oliveira, na comunidade Liberdade, trabalha na produção de goma de macaxeira mesmo com seus pertences alagados (Marcos Vicentti)

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A família Oliveira trabalha na produção de goma de macacheira, mesmo com
os seus pertences alagados

(Marcos Vicentti)

Mas o ribeirinho é forte. A família do Seu Oliveira, na comunidade Liberdade trabalha na produção de goma de macaxeira mesmo com seus pertences alagados. A maioria dos 16 filhos do Seu Oliveira está mobilizada em aproveitar ao máximo o macaxeiral que é a base de sustentação econômica da família. Em tempos normais, a produção da Colônia Paraíso, de 107 hectares, chega a cinco toneladas de goma por semana. “Nossa terra é grande e a gente está correndo para não perder a produção”, disse Leonardo Souza Oliveira. Os moradores que permanecem em suas casas (muitas famílias estão abrigadas nas escolas da região) sofrem com o corte de energia elétrica, procedimento adotado pela Eletrobras por questões de segurança. Os moradores pedem que os cortes sejam seletivos, que atinjam casas que tiveram de ser abandonadas e colônias que não tenham agroindústria.

Lideranças locais coordenam distribuição de benefícios

Em Rio Branco, o esforço concentrado dos governos estadual e federal, e da Prefeitura, ao menos diminuem os problemas das famílias que perderam tudo com a cheia - e são os líderes que estão controlando a distribuição de cestas básicas. Cícero Medeiros Brandão, o Pita, fez questão de agradecer o empenho da Prefeitura e do Governo do Estado no trabalho de amenizar o drama dos ribeirinhos. “Todos precisam, mas há agricultores que precisam mais”, disse Pita.

Pita ajudou no atendimento à família de Raimundo Afonso, no Catuaba. Além de receber a cesta básica, Afonso pediu material para curativo. Ele mostrou o pé enfaixado após ferir-se com um pau enquanto operava a motosserra. Com isso, Jorge Rebolças, da Safra, irá pedir que outras secretarias, como a de Saúde, se integrem ao trabalho de atendimento aos ribeirinhos.

Saiba como ajudar as vítimas da enchente

Os dados para depósitos ou transferência são:

Banco do Brasil

Agência: 0071-X

Conta corrente: 100.000-4

CNPJ: 14.346.589/0001-99

Caixa

Agência: 3320 – Estação Experimental

Operação: 006

Conta: 71-7

CGC: 63.608.947/0002-80

Nome: Coordenação Estadual Defesa Civil

Fonte: Blog Intervalo Cristão

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Êxodo

Gabriel Tardin

Bem vindos ao Sábado!

[Êxodo]

Bom Sábado, amigos!

Graças a Deus, chegamos ao dia Santo, escolhido, abençoado e santificado por Deus, para nossa alegria.

Como sabemos, o Êxodo é um livro de grandes aventuras, que trata desde o cativeiro hebreu, no Egito, até a peregrinação, no deserto, rumo à terra prometida.

No Êxodo, as Escrituras denotam um Deus suficiente em poder, organização e competência. Podemos notar um Deus infalível em socorrer Seu povo e, muito mais, um Pai que luta pelos Seus filhos, mesmo que eles não percebam.

Neste livro, podemos ler histórias incríveis, como a educação do hebreu Moisés dentro do castelo de Faraó, a sua convocação através da sarsa ardente, as dez pragas do Egito, a travessia no mar vermelho... grandes fatos "impossíveis" que foram realizados pelo braço de Deus, em prol de Seu povo.

Mais lá pra baixo do livro, podemos ver um Deus que preza a organização, o padrão e o bem-estar de Seu povo. Vemos isso claramente no conjunto de Leis dedicadas à Israel.

Deus se mostrou o "guarda de Israel", da forma mais bonita possível. Deus guiou o povo com alimento, roupas e proteção ambiental, durante toda travessia do deserto.

Quero dar destaque, novamente, ao conjunto de Leis, principalmente a dos 10 mandamentos. Essas Leis demonstram o tamanho da capacidade organizacional e de liderança que há no Senhor. Esse organograma divino foi criado para conduzir o homem em sua peregrinação diária, de forma a apontá-lo o que é certo ou errado, e demonstrá-lo seu inútil potencial.

Amigos, eu não prometo mandar um testemunho para cada livro, toda sexta, nem sei se vou ter tanto o que contar, assim, mas vamos ao testemunho... rs

Minha avó, dona Dilcéa, cresceu em um lar espírita. Sua mãe, descendente de uma determinada tribo indígena, tinha costumes espíritas e, regularmente, visitava centros de umbanda e candomblé.

Minha avó tinha uma vizinha que era cristã, que convidou sua mãe para ir à igreja. Sua mãe negou, porém minha avó, com apenas 5 anos, foi com a vizinha e, desde então, passou a ir sempre à Escola Sabatina. Minha avó aprendeu as musicas da igreja, as histórinhas da Bíblia... porém, infelizmente, a vizinha teve de se mudar. Então, Dilcéa não pôde mais ir à igreja.

Os anos se passaram, Dilcéa cresceu. Em sua mente, ela lembrava da Escola Sabatina, dos hinos que aprendeu. Porém, na procura da felicidade, equivocadamente, Dilcéa passou a frequentar um centro de umbanda. Deram-lhe roupas e acessórios daquele ritual, a puseram para dançar na roda e, assim, invocavam os demônios. A parte mais bonita desta história é que TODA vez que Dilcéa ia aquele lugar, NENHUM dos espíritos imundos, ali invocados, se fazia presente. NENHUM, exatamente nenhum. Os sacerdotes daquele ritual não sabiam explicar, a "mãe-de-santo" também não conseguia explicar. Mas, sempre que Dilcéa chegava, o ritual ia por água a baixo.

Os "pais-de-santo", então, decidiram levá-la a um dos babalorixás mais famosos do Rio de Janeiro, para que ele verificasse sua situação espiritual. A resposta daquele homem foi:

- Mulher, saia daquele centro, senão você vai acabar com ele, e em pouco tempo! Seu lugar não é na umbanda. Procure uma igreja evangélica porque seu santo é mais forte que o de todos nós, até mesmo que o meu. Vá para uma igreja evangélica, pois é o melhor que você pode fazer.

Assim, Dilcéa parou de frequentar a umbanda. Foi, então, que ela começou a receber ameaças de morte, se não voltasse para lá. Dilcéa orou a Deus, como havia aprendido na sua infância. Numa determinada noite, ela teve um sonho. Sonhou que ia até aquele centro, tirava seu nome de dentro do trabalho de magia negra e "ateava fogo ao local". De manhã, ela contou o sonho para seu esposo. - Dito e feito! - Pasmem vocês! - O centro pegou fogo na vida real!!! Deus é poderoso!

Então, Dilcéa começou a procurar igrejas evangélicas, até que encontrou uma onde se firmou. Sentiu-se feliz novamente. Dilcéa firmou-se ali, criou seus filhos, posteriormente seus netos e agora cuida de suas bisnetas dentro deste mesmo caminho.

Dilcéa tem sido abençoada na pregação do Evangelho, inclusive, já evangelizou (e trouxe para nosso meio) muitas pessoas que passaram por esses mesmos locais tenebrosos, como ela.

O povo hebreu havia crescido no conhecimento do Senhor e tinha noção da grandeza e poder deste Deus, assim como nossa irmã, Dilcéa. Porém, ao longo de sua vida, teve de ir para uma terra pagã, onde não havia adoração a Deus, o Egito. Ali eram adorados espiritos imundos e deuses estranhos. O povo era forasteiro, mas tinha seu lar. Uma promessa o esperava.

Deus mandou que Moisés libertasse o povo, assim ele fez. Agora, o povo passou a vagar pelo deserto, mas Deus cumpriu Sua promessa: a descendência de Israel entrou em Canaã: Josué e Calebe.

Eis que vêm, próxima a nós, a nova Canaã. Que nós possamos anseiá-la e alcançá-la, junto dos hebreus que morreram firmes ao Concerto Eterno e, também, junto de minha avózinha, irmã Dilcéa.

Que o grande Deus nos mantenha seguros à Rocha, que é Cristo, e que Sua Graça nos abunde...

"...Pois só sairão do Egito os que realmente forem de Israel!"

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ambição descarada e triunfalismo em música gospel

Gente...
A que ponto chegou a música gospel!?
Quando escutei essa pérola pela primeira vez, juro que fiquei sem ação...




O trecho mais "lindo":

Tudo que ligarmos aqui

Lá no céu ligado será

Deus, eu ligo aqui agora

Minha casa, minha empresa,

A fartura em minha mesa,

Meu carro importado,

Casamento abençoado,

Só pra Te glorificar.

Meu DEUS!

Cadê o Evangelho da salvação?

Cadê a Cruz? Cadê o arrependimento de pecados?

Cadê Cristo?!

Em que se tornou a hinologia evangélica?!

Egoísmo, ambição, ganância... Tudo em nome de Jesus...!

A quem eles querem enganar?!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Tomás de Aquino e a vaca voadora

Consta que o tímido e bonachão Tomás debruçava-se, como sempre, em uma pilha de livros e escritos, sempre em produção frenética. Alguns monges se aproximam e decidem pregar uma peça no compenetrado monge:

- Tomás, Tomás! Veja! Uma vaca voando!

Tomás saltou da cadeira e, reclinado ao parapeito, vasculhou os céus em busca da vaca, enquanto em torno os outros monges explodiam numa gargalhada coletiva.

Surpreendido, o santo se explicou:

- É que achei mais razoável uma vaca voar do que um irmão mentir...


Na igreja de hoje, será que Tomás sequer levantaria os seus olhos?


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2012/02/tomas-de-aquino-e-vaca-voadora.html#ixzz1muRW4qof

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Gênesis

Graça e Paz a todos!
Como foi dito aqui ontem, teremos a contribuição do nosso estimado irmão Gabriel Tardin.
Segue-se então o início de uma série de reflexões sabatinas intituladas "Bem-vindos ao Sábado".
Sejam abençoados por estas reflexões, amigos.

***

Gabriel Tardin


Bem-vindos ao Sábado!
[Gênesis]

Graças a Deus, falta uma semana a menos pra Cristo voltar.
Chegamos ao dia Santo, escolhido, abençoado e santificado por Deus, para nossa alegria.

Sabemos que o livro de Gênesis narra o início da história humana. O livro mostra a eficiência de um Deus Criador, que é capaz de perdoar e regenerar o pobre pecador.
A Santa Palavra diz que Deus criou o mundo em seis dias e, no sétimo, descansou. E proveu ao homem um dia para descansar e se libertar dos encargos diários. Vemos a nobreza e a generosidade de um Deus que nos concede (de graça) o direito de estar com Ele por mais tempo. Pena que nem todos entendem. 

Como não quero ser taxativo, vou contar um testemunho sobre a grandeza do Criador do Sábado, de todos os dias e de todas as coisas... 

Como eu já disse, no email que falei sobre minha vida, quando me desviei da Igreja, tive uns problemas escolares. Nessa época, eu havia passado no concurso para estudar numa escola da rede FAETEC, cursando Técnico em Administração. Porém, devido à minha rebeldia, tive de escolher entre abandonar o curso ou ficar lá sem levar a sério. Então, eu saí.
Comecei a estudar em uma escola de ensino regular, à noite e, nesse meio tempo, Deus operou na minha vida e eu voltei pra Igreja. A partir daí, começaram novos problemas: eu precisava estudar às sextas-feiras, à noite.
Conversei com os professores, expliquei minha situação, e pedi que me repusessem as aulas de sexta. Assim foi acordado. Porém, no último ano, um dos professores resolveu questionar minha fé. Ele não me repunha as aulas, não passava avaliações e, no fim do período, resolveu me reprovar. Naquela semana, eu orei bastante, entreguei a situação nas mãos de Deus. Pedi que Deus operasse da melhor forma. Eu não tinha nenhum tipo de presença ou avaliação do tal professor, mas cria que Deus iria operar. Então, somente orei. 
Chegou o dia de conversar com ele... Foi marcada uma reunião com os professores daquele período. Todos estavam ali, me olhando fixamente. Então, ouvi o que o tal professor tinha a dizer. Ele falou bastante. Porém, chegou a minha vez de discursar... Quando terminei meu discurso, os professores se comoveram e pediram que o tal professor fizesse algo para me aprovar. 
Lembro que, a essas alturas, um amigo meu, visitante da IASD, me disse assim:
 - Gabriel, não é isso que Deus quer pra gente não. Você está errado por não ter vindo às aulas. Agora está prejudicado. Deus não faria isso com você. 
 Eu respondi:
 - Amigo, eu não posso culpar a Deus, por causa do falho sistema do homem. O homem se desviou dos preceitos divinos porque quis. Eu sei em quem tenho crido e estou bem certo que é Poderoso. Eu estou honrando ao Senhor, tenho certeza que Ele irá me honrar, também.
Ele me olhou fixamente e não respondeu nada. Como se quisesse dizer que eu estava ficando louco.
Passou os dias e eu voltei para saber o resultado. Soube que a direção da escola havia votado que eu fosse aprovado. Então, o professor resolveu me entupir de avaliações. Pra honra e glória do nosso Deus, apesar de não ter ido às aulas, eu tive êxito em todas as avaliações. Passei alguns dias sendo avaliado e, no fim do período de avaliações (somente com esse professor), ele me disse:
- Olha, eu te aprovei por votação e porque você teve êxito nas avaliações. Porém, não repita isso em uma faculdade, lá é mais difícil e você terá de abrir mão da sua religião, se quiser passar.

Eu não respondi nada, mas na minha mente estava a certeza de que, não importa o lugar, enquanto eu estiver honrando ao Senhor, Ele sempre abrirá portas onde não existem. O livro de Gênesis fala, nos primeiros versículos, que a Terra era sem forma e vazia, mas nosso Deus pôde criar coisas que não existiam.  Tenho certeza que, "se diante de mim, não se abrir o mar, Deus vai me fazer andar por sobre as águas".

Um feliz Sábado! Deus te abençoe!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quem é você?

Gabriel Tardin





Era um dia de sol, todos os bichos estavam na mata e tudo corria normalmente. Até que se vê um pequeno ratinho correndo rapidamente de um canto para o outro e dando altos pulos. Fazia assim sem parar e rapidamente. Corria e pulava, corria para o outro lado e pulava... E não parava. A cena era tão intensa que chamou a atenção de um leão que por ali passava. O leão, então, se aproximou do ratinho e disse:

- Ora, por que corres assim, tão rapidamente e sem parar? 
- Estou tentando ser um pássaro - responde o pequeno roedor, sem parar de correr e pular. 
-  Ah, entendi... Queres voar? - diz o leão, maliciosamente.
- Quero sim. O senhor pode me ensinar? - Diz o inocente bichinho. 
- Claro! Não é fácil tornar-se um pássaro, mas eu posso te ensinar. Tu deves me ouvir e confiar no que te direi.
- Sim, senhor. Farei tudo que me disser. - Diz o humilde ratinho.
- Pois bem, suba no galho mais alto daquela árvore, coma um pedaço do fruto da árvore e quando sentir o vento batendo em teus ombros, abra os braços e pule.
- Mas, comer frutas e cantar é coisa de pássaro, senhor leão. - Diz o ratinho, encabulado.
- Ora, mas tu não queres ser um pássaro? - Diz o leão esbravejando.
- Sim, sim... Quero. Perdoe-me.
Então o ratinho sobe na árvore com toda dificuldade, lá em cima, come um pedaço do fruto, canta a melodia mais bonita que já ouviu e, ao sentir o vento forte, abre os braços e se joga. O ratinho tenta bater os braços, mas não consegue voar. Quando olha pra baixo, percebe que lá está o leão, com a boca aberta esperando para devorá-lo. O ratinho grita, mas é tarde demais. O leão o devora e parte dali satisfeito.

Quando tentei imaginar algo que me prefigurasse o título deste email, me veio à mente a história deste ratinho.
O que mais me incomoda nessa história é o fato do ratinho negar sua própria natureza em prol de ser o que não era. Quando inventei a historinha, não pensei o motivo pelo qual o ratinho queria tornar-se um pássaro, mas, independente do motivo, foi a pior das idéias. Ele era um rato e deveria se contentar com aquilo... Deus o criou assim. Não há maneira de fugir da sua natureza. Somos o que Deus fez e pronto.
Deus nos criou para Sua adoração. Fomos feitos à Sua imagem e semelhança para refletirmos Sua glória dentre toda criação. Fomos feitos para adorar. Mas, adorar a Deus não significa, necessariamente, ser um adorador.
Assim como o ratinho de nossa história, temos corrido de um lado para o outro tentando fugir da imagem e semelhança do Criador, que nos formou, para sermos aquilo que achamos melhor. O problema é que somos tão pequenos e insignificantes (no sentido bruto da palavra) quanto o pobre ratinho e temos um inimigo que "ruge como leão ao nosso derredor".
Quando buscamos fugir daquilo que Deus determinou para nós, somos presos no plano estratégico do leão que nos cerca. E ele é tão cruel a ponto de nos enganar e nos fazer acreditar que seremos superiores ou melhores do que Deus nos fez. 

- Certamente não morrereis. Sereis perfeitos e eternos, como o Senhor. - foi o apelo da serpente no Éden.

Ao preferirmos seguir nosso próprio caminho e querermos mudar algo com simples esforços humanos, automaticamente começamos a ser enganados como aquele ratinho. Nosso inimigo é um grande jogador e um experiente trapaceiro.
Ao final, nos encontramos como o pequeno roedor, em cima de uma árvore, comendo comidas impróprias, sem nos darmos conta de que estamos prestes à cair na boca do leão. Na verdade, apesar de estar "fazendo coisas de pássaro", o ratinho não era pássaro. Ele estava enganado.

Será que estamos nutrindo sentimentos fantasiosos dentro de nós?
Estamos prestes a tombar?

É bom refletir.

"Adorar não significa ser adorador" - não mesmo. O ratinho fez coisas de pássaro, mas não era pássaro, era rato. Lúcifer estava no Céu adorando ao Senhor, mas o espírito de adorador estava longe dele. Lúcifer nutria dentro de si o orgulho, o egocentrismo e uma série de sentimentos ruins, mas, ainda sim, fazia parte do ministério de adoração. Mas, uma farsa não pode ser sustentada por muito tempo, logo Lúcifer mostrou seu verdadeiro rosto.

Qual a máscara que cobre nosso rosto? O que realmente somos? Somos realmente adoradores ou somos como Lúcifer, mascarados espirituais?
Saibamos que nosso Deus é o único que transforma nosso ser, e o único que pode fechar a boca do leão. Não importa se você já estiver próximo da boca dele, Cristo pode tornar a minha e sua história diferente do ratinho.
Adorar é uma ação que pode ser praticada por qualquer um que quiser, entretanto, SER UM ADORADOR é privilégio dos poucos que exaltam a Deus em Espírito e em Verdade.

Quem é você?  

***

Este post é uma saudação de "bem-vindo" ao querido irmão Gabriel Tardin, que é o novo colunista do nosso blog Adoração Reverente!
A cada Sábado teremos um post dele aqui.

Deus abençoe a todos =)

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