segunda-feira, 30 de abril de 2012

ENENEM Gospel


Wilson Tonioli

Vamos para mais um teste da nossa mediocridade através do Exame Nacional Evangélico Neófito de Ensino Medíocre:


1. Um dos filhos de Dã, - Gênesis 46.23

a) Hunão
b) Husim
c) Hutalvez
d) Huvamos-orar

2. Cidade de Judá, - Josué 15.43

a) Iftá
b) Afta
c) Sapinho
d) Bafo-de-jiboia

3. Um descendente do Rei Saul, - 1 Crônicas 9.42

a) Jaerá
b) Tchau
c) Acabou-se-tudo
d) The end

4. Um filho de Jafé e pai de um povo, - Gênesis 10.2

a) Javã
b) Aetano Eloso
c) Hico Uarque
d) Al Osta

5. Uma cidade da herança de Benjamim, - Juízes 19.10


a) Jecar
b) Jebus
c) Jelotação
d) Jevou-a-pé-mesmo

6. Líder dos hebreus depois de Moisés

a) Josufoi
b) Josuserá
c) Josué
d) Josupensa-logo-existe

7. Um dos cantores no templo, - 1 Crônicas 25.4

a) Malote
b) Sedex
c) Carta-Registrada
d) Retira-no-local

8. Cabeça de uma família de Issacar, - Números 1.8

a) Natanael
b) Leitenael
c) Capuchinael
d) Tanta-gente-sem-o-que-comer-e-você-reclamando-da-nata-no-leite-nael

9. Um deus de Nínive, - 2 Reis 19.37

a) Nispagode
b) Nisroque
c) Nissamba
d) Nisouço-o-que-quiser-o-ouvido-é-meu

10. Mordomo do rei Acabe, - 1 Reis 18.3

a) Obanoites
b) Obaanos
c) Obadias
d) Obafim-de-semana-com-sol

Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

sábado, 28 de abril de 2012

"Hino da Harpa é coisa ultrapassada!"


Né não, irmãos? hehehehe

terça-feira, 24 de abril de 2012

Teologia Raul Seixas e o Evangelho “maluco beleza”

brasil_raul_perfil_detalhe

Luiz Sayão

É fato conhecido que um dos pioneiros do rock nacional, que fez muito sucesso há cerca de três décadas, foi o controvertido Raul Seixas. Numa mistura de protesto e busca por respostas para a vida, o conhecido “Raulzito” causou a mais diversificada reação em todo o país.

Pouca gente sabe que o falecido roqueiro conheceu o Evangelho de Cristo. Chegou até mesmo a ter um filho com sua primeira companheira, que era filha de um missionário norte-americano. Todavia, a perspectiva panteísta e agnóstica de Raul Seixas mostrou que o famoso cantor não abriu o coração para a mensagem do Evangelho. Sua morte não deixa dúvidas sobre isso!

Por incrível que pareça, se Raul Seixas não se deixou influenciar pelas boas novas de Jesus, parece-me que suas idéias estão cada vez mais presentes na realidade evangélica contemporânea. Será possível que estamos caminhando para uma “teologia do Raul Seixas”? Será que teremos um evangelho “maluco beleza”? O amigo leitor pode dar sua própria opinião.

Enquanto as Escrituras deixam claro que existe apenas um Deus verdadeiro, que está acima de sua criação (Is 44.6; Rm 1.18-21), a perspectiva panteísta aparece expressa na música “Gita”, de Raul. Ele afirmava:

“Eu sou a luz das estrelas /

A mãe, o pai e o avô /

O filho que ainda não veio /

O início, o fim e o meio.”

Este enfoque tenta tirar de Deus a glória que só Ele tem e merece. De modo geral, o panteísmo que deifica a natureza acaba definindo como categoria suprema o fluxo do movimento. Heráclito sorriria no túmulo. Tais idéias, muito presentes nos filmes norte-americanos mais populares, parecem emergir do conceito de que Deus é uma energia, “um fluir” (unção?). Em certos redutos evangélicos já se pode perceber que Deus se tornou “um poder manipulável” por “comandos determinadores”. Além disso, o enfoque da teologia do processo, que já nos influencia com todos os seus desdobramentos específicos, também diminui Deus e o coloca sob o domínio do “fluxo do tempo”, sugerindo que Ele é apenas nosso sócio na construção da história.

METAMORFOSE AMBULANTE

A idéia da supremacia do fluxo do tempo desemboca na rejeição de outras categorias fixas. A única categoria é o próprio tempo, o novo senhor absoluto. Com esse pressuposto, já não podemos ter teologia e ética definidas e claras. Embora a Bíblia seja um livro de orientações muito cristalinas sobre Deus, a salvação e o propósito da vida (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21), para muitos evangélicos, a teologia “maluco beleza” é preferível.

Como diria Raul:

“Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante /

Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.” 

Se uma opinião for antiga, deve ser rejeitada! Há uma crise doutrinária e teológica em boa parte do meio evangélico. Muitas pessoas adotam hoje idéias liberais, místicas e extremistas sem a devida avaliação. Nesse caso, não importa sua fundamentação teológica, histórica e lógica. Viva a metamorfose!

Tal sensação de indefinição, presente no pensamento do roqueiro tupiniquim, ajudou a formar seu perfil estranho, controvertido e até mesmo bizarro. Não é que um grupo significativo de evangélicos também já tem se aproximado do esdrúxulo?! Há um certo desprezo pela reflexão, pela teologia, e o crescimento de práticas risíveis e simplesmente inacreditáveis. Será que podemos ouvir o eco da música de Raul ao contemplar grande parte do chamado meio evangélico atual? Será que estamos diante do

 “Contemplando* a minha maluquez /

Misturada com minha lucidez”? 

Até onde vai a nossa “maluquez”? Será que voltaremos à lucidez? Será que muitas reuniões religiosas de hoje estão nos deixando, “com certeza, maluco beleza”? Espero que essa sensação seja um exagero! Todavia, temo que não seja!

Não faz tanto tempo assim, os cristãos evangélicos entendiam que um culto de adoração a Deus tinha, de fato, Deus como o centro do culto. Muitos cânticos tinham letra elaborada, teologia saudável e enfatizavam os atributos e os atos de Deus. No entanto, em algumas reuniões dominicais de hoje, temo que o foco esteja sendo mudado. Novas canções falam de um amor quase romântico e indefinido, divertem a massa, exaltam unção, montanhas, Jerusalém, guerra etc. O conceito de dedicar o domingo para uma diversão sem propósito e finalidade bíblica é manifesta na teologia do Raul Seixas. Como ele mesmo dizia:

“Eu devia estar contente pelo Senhor ter me concedido o domingo para ir ao jardim zoológico dar pipocas aos macacos”. 

Será que já podemos observar “uma fauna evangélica com suas macaquices litúrgicas”? Tomara que não! Espero que tudo que escrevo não passe de uma análise exagerada! Todavia, temo que não.

Como todo enfoque teológico, o pensamento do “teólogo-músico pós-ortodoxo” nacional, também possui as suas decorrências de ordem prática. Não há como fugir da realidade. A forma de pensar e ver o mundo influencia e determina a vida prática de qualquer pessoa. A verdade é que se adotarmos uma base panteísta, um pensamento relativista, uma ética indefinida e práticas místicas emocionalistas sem conteúdo, não chegaremos a lugar nenhum. E não é que o “grande teólogo-roqueiro” já sabia disso! Quem pode lembrar de sua “perspectiva teleológica” que determinou seu trágico fim?

“Este caminho que eu mesmo escolhi /

É tão fácil seguir/ Por não ter onde ir.”

Se a igreja evangélica brasileira desvalorizar a doutrina bíblica, desprezar a teologia, deixar de lado a ética e afundar-se no misticismo e nas novidades ideológicas frágeis, logo ela descobrirá que esse é um caminho “tão fácil de seguir”. O grande problema é que no final das contas “não teremos para onde ir”.

Mais do que nunca, precisamos desesperadamente voltar nossa atenção para as Escrituras Sagradas, com o verdadeiro desejo de obedecer a Deus e à sua verdade. Que Deus nos abençoe.

P. S.: (*) – Na verdade, esse trecho de “Maluco Beleza” traz a palavra “controlando”.

 

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2012/04/teologia-raul-seixas-e-o-evangelho.html#ixzz1syiRPmPX
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

sábado, 14 de abril de 2012

O discipulado de Paulo

Jair Barreto

Imagino como o testemunho de Estêvão foi relevante para a conversão de Paulo.
Ele, que vivia a serviço do Deus "olho por olho e dente por dente". Ver Estêvão, em sua última súplica, pedir o perdão de Deus aos que lhe matavam.
Como isto já devia estar transtornando suas convicções. Mas que Jesus era este, que ensinou aos seus discípulos que eles atrairiam outros a sua fé, sem lutas, sem socos, sem gritos ou imposição.
Interessante notar que no momento do seu encontro com Deus, na estrada de Damasco, ao ser barrado por aquela voz e luz, ele imediatamente passa a chamar Jesus de Senhor, sem indagações nem dúvidas, o que nos daria base para presumir o que discorremos acima sobre a influência de Estêvão a sua conversão.
Imediatamente, sua segunda pergunta foi: Que queres que eu faça?
Aqui vemos a predisposição em obedecer prontamente!
Se humilha, deixando-se ser guiado por outros. Vai até a casa designada e fica em contrição completa, em jejum e oração, imagino que refletindo todas as mortes e assassinatos daqueles que serviam a Jesus, assassinatos ora presenciados, ora por ele executados.
Cego, completamente vulnerável, talvez aguardando sua própria condenação, cuja consciência e religiosidade prévia diziam que devia ser "vida por vida", logo, que a sua, por aquilo que ele mesmo cria, deveria ser ceifada em razão dos seus atos.
Esperando por quem? Justo por um discípulo de Jesus, alguém que provavelmente poderia ser mais uma vítima sua no futuro, para que lhe restaurasse a visão.
Melhor ficasse cego, imagino que talvez pensou, do que de repente observar alguém parente de alguém que matei.
Para que a restauração da vista? A do apóstolo foi para enxergar a beleza do evangelho de Jesus, que culmina num ato de misericórdia de Deus justamente através de alguém que humanamente e pela própria lei a que Paulo havia se devotado a vida inteira, deveria matá-lo, o que não acontece, somente por intervenção divina, que mandou a Ananias recolher seu preconceito, raiva (talvez existente) e estender a mão de misericórdia.
Outra coisa... Porque o próprio Jesus, assim como o cegou, não diretamente o curou também?
Penso que justamente para que fique muito, muito claro, algo que só a Deus pertence: a punição de um homem por seus pecados, esta unicamente pelas mãos limpas, santas e justas de Deus. Da parte da igreja, a que lhe cabe, estender a mão de perdão e reconciliação a todo e qualquer a quem Deus em sua soberania resolver chamar de filho.

terça-feira, 10 de abril de 2012

A perfeita lei da liberdade

Esdras Emídio
Podem parecer dois termos antagônicos, principalmente para o conceito de liberdade que geralmente ouvimos. Lei e liberdade. Muitas vezes, alguns têm colocado a lei como algo que restringe a liberdade. Discordo. A lei restringe o operar das vontades, dando-lhes o momento certo de serem satisfeitas ou então proibindo que sejam operadas. Isso é de simples constatação.
Imaginemos que não houvesse leis de trânsito, o semáforo especificamente. Como se resolveriam os grandes cruzamentos? Baseado na solidariedade humana? Impossível. Num simples cruzamento de trânsito, temos vários interesses em conflito: o motorista do ônibus quer terminar logo sua viagem, o empregado atrasado ou quase a se atrasar quer chegar logo ao serviço, o taxista com um passageiro super apressado, a ambulância com um doente ou ferido necessitando de socorro etc. Nem sempre eles estarão seguindo o mesmo fluxo, logo terão de ceder a vez. Fá-lo-iam todos seguindo simplesmente os ditames de sua consciência?
O simples semáforo restringe a vontade que todos têm de chegar o mais rápido possível a um determinado destino. Ninguém em sã consciência reclama do inventor do semáforo. Graças a esse mecanismo, é possível pôr ordem no fluxo, e todos conhecemos ao menos um caso em que o desrespeito a essa “lei” tenha gerado graves conseqüências.
A lei vem garantir que haja liberdade, que as pessoas não fiquem reféns da própria vontade ou sejam prejudicadas pelas vontades de outrem. Sem lei, não há essa ordem. O que dizer, porém, da lei de Deus?
A lei de Deus tem a mesma função de controlar o exercício das vontades. Nos Dez Mandamentos, escritos pelo dedo de Deus – portanto é Ele Seu autor –, encontramos oito mandamentos negativos. “Não” farás isso ou aquilo. Esse é um claro sinal de que a lei veio restringir as más vontades do homem. Para haver então mandamentos restritivos, era necessário haver algo no homem que, de uma forma ou de outra, o fizesse ir naturalmente contra o que diz a lei. Não houvesse uma predisposição ao pecado, não haveria necessidade de dizer “não farás” isso ou aquilo. O pecado nem precisaria ser nomeado. Por isso está escrito: “...a força do pecado é a lei” (I Coríntios 15: 56).
É a lei, pois, pecado? “De modo nenhum” (Romanos 7: 7). A mera exclusão ou inclusão da lei na vida de alguém não o faz perfeito ou sem pecado perante Deus. Como dito anteriormente, a lei restringe a operação da vontade, faz claro que operar toda a vontade que se tem, a todo momento e algumas a momento algum, não é correto. Contudo, isso não tira do coração do homem a vontade em si. E, perante Deus, maus pensamentos são tão ruins quanto más ações (Mateus 5:28).
Na nossa relação com Deus, a lei por si não nos garante a liberdade. Aquele que sonda todas as ações, também sonda os corações (as intenções). Alguém que tenha conhecimento da lei divina e não cometa as suas proibições, no entanto, viva a alimentar no seu coração o que lhe é contrário, não está em nenhuma vantagem sobre aqueles que praticam o pecado. É ele mesmo um igual praticante.
Como pode então um homem cumprir a lei de Deus? Alguém poderá logicamente perguntar. Outra pessoa poderá sabiamente responder: “Só morrendo!”. Sim. Somente morrendo.
Há duas comparações bíblicas para o homem que não crê em Jesus Cristo como seu Único e Suficiente Salvador e, fatalmente, não obedece à lei de Deus: Mortos ou Escravos do pecado (Efésios 2: 1; Romanos 6: 20). Mortos não ouvem, mortos não expressam vontade, mortos não podem decidir. Mortos no pecado, separados de Deus, igualmente não podem nada daquilo. É necessário que haja vivificação. Essa é a vivificação prometida por Cristo desde já, essa é a água prometida por Ele, que dá vida e nunca mais nos deixa sedentos (João 4: 14; Colossenses 2: 13). A partir dessa vivificação, é inevitável uma morte para o pecado (Romanos 6: 2 e 11).
A morte para o pecado e vida para Deus é a mesma situação da libertação do escravo do pecado que agora é, pela fé em Cristo, um servo de Deus. Isso não faz da pessoa um ser perfeito instantaneamente, mas não é possível viver em ambas as situações (ser escravo do pecado e servo de Deus, pois é “impossível servir a dois senhores” Mateus 6: 24).
Deus, em Sua infinita sabedoria a amor, concedeu os Dez Mandamentos após a saída do Seu povo da condição de escravos, na qual passou cerca de 430 anos no Egito. Embora a lei sempre tenha sido vigente, pois todas as suas infrações sempre foram pecados, e Abraão, pai daquele povo, recebeu testemunho do próprio Deus que “guardara Suas leis, preceitos e estatutos” (Gênesis 26: 5), essa semente de Abraão não poderia obedecer a Deus como escravos no Egito. Por essa razão, a lei lhes foi revelada quando saíram dessa degradante condição.
Assim também sucede hoje ao homem. Não há poder no homem para que decida obedecer a Deus, é necessário que o Senhor providencie a sua “saída do Egito”. E ela foi providenciada. O Cordeiro pascal já foi morto, o preço das transgressões à lei já foi pago. Portanto, aquele a quem o Espírito Santo tem dado a entender, já compreende que Jesus Cristo é o meio pelo qual o homem pode ser livre, pois Ele mesmo é “o caminho (a Deus), e a verdade (que liberta) e a vida (eterna)” (João 14: 6); a Verdade que liberta (João 8: 32), o próprio Jesus.
Somente os libertados por Jesus podem cumprir o que diz o apóstolo Tiago: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.” (Tiago 1: 25).
E não somos libertados em vão. Tal como a saída do Egito foi necessária para que o povo tivesse clara a lei de Deus, escrita em tábuas de pedras por Ele mesmo (Êxodo 31: 18), assim também a nossa saída da condição de escravos, pela Graça de Jesus, é necessária para que tenhamos escrita, em nossos corações pelo Espírito Santo, a lei de Deus (Jeremias 31: 33; Hebreus 8: 10).
O propósito de Deus em salvar o homem é torná-lo novamente e integralmente Sua imagem, conforme Sua semelhança (Gênesis 1: 26). Para tanto, é necessário criar um novo homem, nascido de novo que, por Deus, é criado “em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4: 24).
Alguém imagina algo que seja justo e santo sem a lei? A própria lei é “santa e o mandamento é santo, e justo e bom” (Romanos 7: 12). Esse é o parâmetro de santidade que o vivificado e libertado por Deus tem. Ele não confia em sua consciência corrompida, ele busca na Palavra de Deus os seus conselhos, ele medita na lei de dia e de noite e isso é saúde para seu corpo, dá sabedoria e alegra o seu coração (Salmo 19).
Tal como a lei penal aflige o homem que a transgride, colocando-o por vezes numa prisão, assim a lei de Deus é uma aflição ao homem que vive no pecado. Mas, ao liberto por Cristo e vivificado por Deus, ela é tema das suas meditações e alegrias.
Que possamos buscar do Senhor as condições necessárias, pois, em nós mesmos, não as temos (não tínhamos condições de decidir servi-Lo, mas Ele tem Se revelado a nós; não tínhamos condições de fazermos Sua vontade, mas Ele tem sido nossa Força. Aleluia!). Aquele que é Fiel e Justo e nos alistou, por graça e misericórdia, em Suas fileiras, dar-nos-á tudo quanto seja necessário para que estejamos alinhados à Sua vontade, que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12: 2) sempre.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A canção de Karen

Mas eu sou verme, e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo. Salmo 22:6

 i-surrendar1

“Sangrou meu Salvador? Morreu meu Soberano? Daria Ele a santa fronte por um verme como eu?”, escreveu Isaac Watts em um de seus famosos hinos. Desde então, algumas pessoas têm ignorado a última frase.

Em nossa era em que reina a psicologia do “sentir-se bem” e da “autorrealização”, foi colocada de lado a antiga teologia que afirma que somos vermes diante da glória de Deus. Uma geração que nega a existência do pecado certamente não quer ser humilhada por expressões como essa.

Do ponto de vista bíblico, no entanto, Isaac Watts estava correto. A boa-nova sobre Deus começa com a má notícia a nosso respeito. Perante Ele, nossa justiça é como trapos de imundícia. Não há nada em nós mesmos que nos torne dignos de sermos aceitos pelo Pai. Nada. Realmente somos vermes. Enquanto não admitirmos nossa grande necessidade, a Palavra não poderá prover Sua graça.

A teologia do “verme” tem dois lados. Um deles possui um aspecto aterrorizante e até mesmo fatal.

Durante uma longa viagem de avião rumo a outro país, me cansei de ler e decidi colocar o fone de ouvido para avaliar a seleção de música disponível. Uma voz da geração passada – agradável, nostálgica, com um toque de tristeza – soou pelo sistema de som. Abri o guia de entretenimento e li que o programa oferecia canções selecionadas de Karen e Richard Carpenter.

Karen Carpenter! Sua história veio à minha memória ao ouvir novamente a voz melancólica. Karen, acompanhada pelo irmão, Richard, conquistou grande sucesso como cantora na década de 1970, chegando a somar mais de cem milhões de cópias vendidas até a década de 1990. Encantadora e amada, Karen se tornou ídolo de muitas jovens. Porém, apesar da fama conquistada, Karen sofria de baixa autoestima. Ao observar-se no espelho, essa mulher atraente não conseguia parar de pensar em quanto era feia. Em 1983, Karen, aos 32 anos de idade, faleceu de parada cardíaca provocada pela anorexia nervosa. Por vários anos ela se obrigou a passar fome. Na época, parecia quase impossível aceitar a explicação de seu falecimento, mas desde sua morte trágica essa condição tem se tornado bem conhecida na vida de outras jovens.

O outro lado da teologia do “verme” é aquele que eu gostaria que Karen Carpenter tivesse conhecido. Aos olhos de Deus não somos vermes. Somos amados, preciosos, especiais, lindos. Somos príncipes e princesas do Rei do Céu.

 

*Extraído do site da Casa Publicadora Brasileira – Meditações Diárias

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...